Não é o que esperamos. Usualmente, não prevemos. Mas o fato é que o sofrimento também bate à nossa porta e é ai que precisamos abraçar a cruz. Ele vem despir as nossas certezas e retirar os nossos resquícios de orgulho. Aceitar o sofrimento como circunstância da vida nos insere na realidade inegável: somos fracos, precisamos uns dos outros e temos um corpo mortal, ferido e limitado. As nossas chagas abertas só serão fonte de vida no madeiro da Cruz — ali, nenhum sofrimento é infértil, porque nada é estéril quando ofertado com amor.
Reconhecer a nossa condição miserável com uma contrição perfeita, é essencial para que possamos trilhar o caminho até o calvário com ternura. Aceitar o sofrimento de cabeça erguida — ao contrário do que muitos pensam —, não é amar a dor e desejar cultiva-la: é sinal de maturidade de quem entendeu a dinâmica da vida, que é Cruz e ressureição.
Quando tocamos na biografia daqueles que deixaram um legado na humanidade, a começar pelo Verbo encarnado, o Homem por excelência — Cristo Jesus —, percebemos que eles não fugiram do sofrimento. Grandes homens e mulheres que marcaram a história foram capazes de aceitar as dores de seus respectivos tempos e de corresponder ao que lhes era proposto de forma corajosa, jamais retendo a doação incondicional de suas vidas. E mesmo em meio às lágrimas e às dores que uma vida encarnada comporta, desistir nunca foi uma opção para estes verdadeiros heróis da fé.
Segundo Viktor Frankl, neuropsiquiatra austríaco que sobreviveu aos campos de concentração durante a 2ª Guerra Mundial, a nossa orientação no mundo acontece quando: 1. Amamos alguém. 2. Servimos um ideal. 3. Aceitamos o sofrimento inevitável da vida, ou quando abraçamos a Cruz. Para o médico, que passou por momentos degradantes enquanto esteve confinado, a esperança nasce mediante estas três condições humanas inegociáveis, que partem de uma decisão pessoal aliada à graça divina.
Viktor, que tem muito a nos ensinar neste tempo de isolamento social a como abraçar a cruz, ele relembra em uma de suas frases célebres que “Tudo pode ser tomado do homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas – a escolha da atitude pessoal diante de um conjunto de circunstâncias – para decidir seu próprio caminho”.
Assim Cristo o fez. Obediente, manso e humilde, caminhou até a Cruz. Condenado injustamente, não buscou ter direitos, antes, aceitou a circunstância que lhe foi imposta. Decidiu, com ousadia, transformar o triste destino da humanidade — que desembocava na morte e na perdição —, para devolver a salvação eterna para nós, os seus filhos muito amados.
Que neste tempo tão desafiador, nós possamos abraçar as nossas circunstâncias a partir da liberdade grandiosa que nos foi dada — só assim alcançaremos a estatura de Cristo.
A Cruz não é símbolo de derrota — antes, é o nosso ponto de partida. Chegou a hora de abraçá-la com determinada determinação.
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