Formação

O trabalho como via de santificação

No calendário civil, o dia 1° de maio é marcado como o dia dos trabalhadores; para nós, católicos, este dia representa algo maior, nele fazemos memória a São José Operário.

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Instituída pelo Papa Pio XII, a festa de São José Operário celebra aquele que é considerado como o padroeiro dos trabalhadores. Homem forte e diligente, ele foi o responsável por sustentar e proteger a Sagrada Família, sendo para nós o exemplo de como usar o trabalho para a nossa própria santificação.

Foi através de seu humilde ofício de carpinteiro que São José formou Jesus, ensinando-Lhe o valor do serviço. Assim, no dia a dia, pôde glorificar a Deus em sua missão de esposo, pai e trabalhador. E também nós, sendo chamados à santidade, devemos santificar todas as áreas de nossas vidas, inclusive o trabalho. Mas como fazer isso?

A finalidade do trabalho

Não basta somente trabalhar. A grande chave está na finalidade de nosso trabalho. Padre Paulo Ricardo diz que a santificação se dá quando colocamos em Cristo o porquê e a razão de ser de nossas vidas. Ou seja, se quisermos ser santos através de nosso trabalho, precisamos colocar Deus como seu fim último. É lícito que desejemos também o dinheiro, pois é através dele que podemos prover as coisas necessárias da vida; mas se o colocamos como objetivo principal, não podemos provar da experiência de glorificar a Deus através do nosso trabalho. São Josemaria Escrivá nos exorta: “Põe um motivo sobrenatural na tua atividade profissional de cada dia, e terás santificado o trabalho.”

Infelizmente há três males no exercício da profissão que são constantemente incentivados pela mentalidade mundana: a ganância, a preguiça e a desonestidade. Dizem que o normal é tirar vantagem sobre os patrões, passar por cima dos colegas, trabalhar o mínimo possível e prestar um serviço mal feito. Tudo isso porque existe uma ideia totalmente errada sobre o trabalho, como se este fosse algo ruim, um castigo. Sobre isso Catecismo da Igreja Católica nos diz: “O trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível”. Por isso, como cristãos, não podemos nos deixar levar por esses “conselhos” do mundo. A nossa marca deve ser a diligência, a honestidade e a caridade, tal como o belo exemplo de São José.

Fonte de amor

Não nos esqueçamos de que, antes de tudo, nosso ofício é fonte de amor para os outros. Seja amor à nossa família, por quem nos esforçamos; seja amor aos colegas, para quem temos a oportunidade de ser luz e testemunho; seja por amor àqueles a quem atendemos, aos quais devemos nosso cuidado e atenção. Em todas essas dimensões o amor ao próximo se faz presente, e, consequentemente, o amor a Deus. No simples ato de cumprir bem os deveres, dando-lhes uma nova finalidade, glorificamos nosso Criador.

Seja na atividade profissional, nos trabalhos domésticos ou até mesmo nos estudos, nosso fim último deve ser a santidade. Que olhando para o exemplo do diligente trabalhador São José, nós possamos traduzir cada ato de nossas profissões em amor e louvor a Deus.

Reflexões de São Josemaria Escrivá para este dia

“Não é possível esquecer que o trabalho humanamente digno, nobre e honesto, pode – e deve! – ser elevado à ordem sobrenatural, passando a ser uma ocupação divina.”

“Qualquer trabalho, mesmo o mais escondido, mesmo o mais insignificante, oferecido ao Senhor, traz a força da vida de Deus!”

“Estudo, trabalho: deveres ineludíveis para todo o cristão; meios para nos defendermos dos inimigos da Igreja e para atrairmos – com o nosso prestígio profissional – tantas outras almas que, sendo boas, lutam isoladamente. São arma fundamentalíssima para quem queira ser apóstolo no meio do mundo.”

“As tarefas profissionais – o trabalho do lar também é uma profissão de primeira grandeza – são testemunho da dignidade da criatura humana; ocasião de desenvolvimento da própria personalidade; vínculo de união com os outros; fonte de recursos; meio de contribuir para a melhoria da sociedade em que vivemos e de fomentar o progresso da humanidade inteira… – Para um cristão, estas perspectivas alargam-se e ampliam-se ainda mais, porque o trabalho – assumido por Cristo como realidade redimida e redentora – se converte em meio e caminho de santidade, em tarefa concreta santificável e santificadora.”

São José Operário, rogai por nós!


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