A vida sacerdotal é um chamado de Deus para alguns homens viverem como representante do sagrado como a própria palavra já nos indica: sacerdos significa sagrado e otis significa representante. Portanto, o sacerdote é um representante do sagrado no meio do povo.
Padre Saulo Dantas, consagrado da Comunidade de vida, foi ordenado sacerdote em dezembro do ano passado, conta um pouco da experiência de estar vivendo a primeira Quaresma como padre.
O sacerdócio
Papa Francisco citou em certa ocasião: “O padre é homem de misericórdia e compaixão”. Explica São Tomás de Aquino, “Jesus é o verdadeiro sacerdote e que os outros são seus ministros”. Assim, os sacerdotes são o Cristo no mundo atual. Já Santo Agostinho escreve que o sacerdócio é um serviço de amor (amoris officium) porque é um serviço de pastor, é gastar a vida no zelo pelo rebanho que é o povo de Deus.
O sacerdote, o presbítero, ou ainda, o padre, como geralmente é chamado, recebe o sacramento da Ordem que lhe confere o múnus de ensinar, de santificar (por meio da liturgia) e de reger os fiéis leigos. Jesus é o sumo sacerdote porque Ele mesmo se ofereceu em sacrifício para salvar a humanidade. Jesus ao morrer na cruz e ao ressuscitar, redimiu toda a humanidade e agora nenhum outro sacrifício é necessário.
O sacerdote hoje é aquele que em toda a Sagrada liturgia atualiza este mistério de sacrifício de Jesus. E age in persona Christi e, assim, quando ele diz “Isto é o meu corpo… Isto é o meu sangue…” é o próprio Cristo que está falando. A ação do sacerdote se prolonga para além da liturgia para ser um Alter Christus, isto é, ser a presença de Jesus no mundo.
O sacerdote na Quaresma
Padre Saulo diz que tem notado que neste tempo, as pessoas que já retornam a participação da Santa Missa têm buscado mais os sacramentos, “tenho notado que essas pessoas estão com um profundo fervor, um grande desejo de viver a experiência litúrgica de entrar no mistério de Deus celebrado”, afirma.
A Quaresma é um tempo de graças durante o qual a Igreja convida todos a se preparar para compreender e receber melhor o significado e os frutos do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo no mistério de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Neste tempo, costuma-se ser maior a procura pelo sacramento da confissão, há realidades que se realiza mutirão para atender todos os fiéis daquele determinado local.
Ele ainda afirma que tem encontrado uma grande alegria em servir a Deus, através do sacramento da confissão. O sacerdote mora na Diaconia, sede do Governo Geral da Comunidade Shalom, e celebra a Santa Missa em alguns Centros de Evangelização aos finais de semana e ordinariamente na Diaconia.
“Tenho procurado dedicar largos espaços de tempo ao atendimento das confissões e neste período tenho testemunhado verdadeiros milagres, vidas que são salvas, vocações que são renovadas. Homens e mulheres que pela força da misericórdia de Deus se sentem renovados no seu coração, para melhor servir a Deus e a humanidade”, diz e ainda complementa, “se trata sem dúvida alguma, de um mistério de grande alegria. Alegria do encontro do Pai com o filho que retorna para sua casa”.
A maior procura pelo sacramento da confissão
De acordo com o sacerdote consagrado da Comunidade de Vida, a procura pela confissão neste tempo da Quaresma, se dá de forma mais intensa, pois, se está na preparação para celebrar a grande festa, que é o mistério pascal de Cristo, sua Paixão, morte e ressurreição. “Para bem nos preparar para uma festa, nós precisamos, do ponto de vista humano, tomar um banho para nos perfumar, limpar e ordenar a nossa casa, limpar e preparar tudo para aquela festa.”
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Já com um olhar divino e misericordioso, afirma Padre Saulo, “uma das formas privilegiadas de deixar que a misericórdia de Deus lave a nossa alma, cure as nossas feridas, é por meio do sacramento da confissão. Então para se preparar bem para esta grande festa é imprescindível, ser alcançado, de forma sacramental, pelo perdão de Deus.”
E o que depender do Padre Saulo haverá o máximo possível de confissões, sobretudo neste tempo quaresmal.
Alegria da vida sacerdotal
Ser um sacerdote, para Pe. Saulo, por um lado é estar em uma trincheira de batalha, pois se travam grandes batalhas entre Nosso Senhor e o inimigo da nossa salvação, mas ele admite que “é uma batalha que eu entro, convicto na fé, cheio na esperança na vitória de Deus. Por isso eu me encho de alegria, pois sei que vou poder testemunhar grandes milagres, vidas e vocações que serão salvas, eu contemplo e sinto que experimento da alegria do coração do Pai que vê o filho retornar para a casa, e isso não tem preço”.
Padre Saulo, foi ordenado sacerdote há menos de seis meses e compartilha algumas das novas alegrias desta vivência. A primeira é em nunca estar separado da Eucaristia, e a segunda, abraçar o pecador que volta para casa e contemplar a olhar que é transformado pela misericórdia divina.
O consagrado declara que as alegrias superam infinitamente os desafios e os sacrifícios. “A primeira alegria é saber que terei uma vida inseparável da Eucaristia. Todos os dias da minha vida, basta ter a matéria, o pão, o vinho e a água, para que eu possa celebrar o santo sacrifício. Como sou sacerdote, nunca me separarei da Eucaristia.”
Finaliza o jovem padre, “minha segunda grande alegria é a de abraçar o pecador que retorna para a casa, contemplar as lágrimas de alívio, de paz, notar o olhar que é transformado pelo perdão divino, não tem preço. É uma experiência de ir colocando o meu coração e a minha vida já na eternidade.” Conclui ele, “que Deus seja bendito pelo ministério sacerdotal na vida da Igreja.
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Esse tempo litúrgico deve ser vivido com a devida atenção ao seu espírito próprio, aos mistérios e conexões com nossa vida, gerando uma renovada conversão pessoal. Além disso, é tempo de reunir toda a Igreja e celebrar de forma intensa a razão da fé católica: Cristo se entregou por cada homem e vivo está.
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