Na primeira segunda-feira após Pentecostes, a Igreja celebra a memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, um título que tem raízes profundas, e que foi inserido no Calendário Litúrgico Romano em maio de 2018, por desejo do Papa Francisco. No Decreto Ecclesia Mater da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, fica estabelecido que a festa seja celebrada na segunda-feira após Pentecostes.
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De acordo com Constituição Dogmatica Lumen Gentium que “pelo dom e missão da maternidade divina, que a une a seu Filho Redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a Virgem intimamente ligada à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo” (Lumen Gentium, n. 63). Se entende a clara ligação de Maria com a Igreja. Toda a história da salvação é relacionada com a pessoa da Virgem Maria.
Maria é imagem e semelhança de Deus
Do ponto de vista antropológico, a Virgem Maria pode ser vista como modelo humano que mais se aproxima da verdadeira imagem e semelhança de Deus. Além do mais, Ela pode servir como “modelo eminente e único de virgem e mãe, porque, acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo […] E deu à luz um Filho, que Deus estabeleceu primogênito de muitos irmãos (Rom 8,29), isto é, dos fiéis, para cuja geração e educação Ela coopera com amor de mãe” (Lumen Gentium, n.63).
Paulo VI, que dera a Maria o título oficial de ‘Mãe da Igreja’, desenvolveu o tema na Exortação Apostólica sobre o Culto a Virgem Maria, fala dela como modelo de quem sabe ouvir e acolher a Palavra de Deus com fé. Essa é uma missão específica da Igreja: escutar, acolher, proclamar, venerar e distribuir a Palavra de Deus como pão de vida (Marialis Cultus, n. 17).
Maria, Mãe da Igreja
O título “Mãe da Igreja” foi utilizado pela primeira vez por Santo Ambrósio de Milão (338 – 397). E já está presente no pensamento de Santo Agostinho e São Leão Magno, no Credo de Nicéia de 325, e já os Padres do Concílio de Éfeso (430) haviam definido Maria como “verdadeira mãe de Deus” – esse título “Mãe de Deus” retorna no Magistério de Bento XIV e Leão XIII.
Assim se entende que Cristo é a cabeça da Igreja, (Ef 1,22) e o povo, os membros, (1Cor 12:27). Se Maria é Mãe de Jesus cabeça, não poderá deixar de ser também mãe dos seus membros. Maria é mãe de todos os homens pela graça de Cristo Redentor.
Maria é Mãe da Igreja pelo menos por dois motivos. O primeiro e mais importante, ela é mãe de Jesus Cristo, por isso mesmo tem uma particular colaboração na nova economia da salvação, isto é, o Filho de Deus assume dela a natureza humana, de modo a libertar o homem do pecado mediante o mistério de Sua carne. O segundo, não menos importante, em toda a comunidade dos eleitos, ela é o melhor e mais perfeito modelo de virtude.
“Quando dizemos que Maria é Mãe da Igreja estamos confirmando o seu papel singular na Encarnação, gerando em seu seio o Filho de Deus feito carne e dando-o para a Salvação do mundo. Cristo é a cabeça da Igreja, (Ef 1,22) nós seus membros, (1Cor 12,27). Se Maria é Mãe de Jesus cabeça do Igreja que é um corpo, não poderá deixar de ser também mãe dos seus membros. É o argumento de Santo Agostinho, citado em Lumen Gentium número 53. Maria é mãe de todos os homens pela graça de Cristo Redentor.” Papa Francisco na primeira celebração da Festa Maria Mãe da Igreja, em março de 2018
Decreto Ecclesia Mater
No alto da cruz, quando Jesus dá à Mulher o discípulo amado por seu filho (Jo 19, 26), a Virgem Maria recebe, por herança, a filiação de toda humanidade, ora representada por João, tornando-se a amorosa Mãe da Igreja, gerada por Cristo com o envio do Espírito Paráclito.
“Gostaria de contemplar Maria como imagem e modelo da Igreja. E faço-o, retomando uma expressão do Concílio Vaticano II. Lê-se na Constituição Lumen Gentium: “A Mãe de Deus é o modelo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já ensinava santo Ambrósio” (LG, 63). Em outro momento rezou o Papa Francisco: “Maria, mãe da Igreja, ajuda-nos a entregar-nos plenamente a Jesus, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e de cruz, quando nossa fé é chamada a amadurecer”. Papa Francisco.
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