“Porém, à tribo de Levi, Moisés não deu herança; o Senhor Deus de Israel é a sua herança, como já lhe tinha falado” (Josué 13, 33). Essa é a passagem que rege o chamado ao celibato de Jéssica Caroline, missionária da Comunidade de Vida. “De fato, a maior herança, o maior bem, o sentido de tudo e de cada coisa, seja ela muito grande e custosa, seja ela difícil, e contando com muitas lágrimas.”
Para a jovem consagrada, o celibato nunca foi algo pesado, pelo contrário, sempre foi considerado um ato de liberdade e de encontro. “Encontro com o único que verdadeiramente me sacia, troca de olhares de um olhar que me acolhe, ama, ensina, é paciente, leal, e ,sendo perfeito, abraça a minha imperfeição para me salvar.”
“Celibato nunca me foi mérito, mas sinal de um profundo ato de amor de um Pai amoroso que me apresentou seu maior Bem, sendo eu já tão amada, Ele quis me amar mais! Sendo eu tão pequena, posso me unir ao Cristo pequeno na Eucaristia e imenso no se dar, no seu sacrifício de amor, no seu viver, na sua paixão, morte e ressurreição.”
Amo ser celibatária
Olhando para a sua vida, Jéssica partilha que não percebe ter perdido algo ou alguém. Na verdade, ela considera viver um eterno “ganho” mesmo sem merecer.
“Amo ser celibatária, e não sei falar do celibato sem falar das 100 vezes mais que Cristo, me desposando, me deu e me dá! Filhos, famílias, sorrisos, abraços, dores, aprendizados, experiências, superações, milagres, curas, prodígios, alegrias, irmãos, e tanto, tanto o mais.”
Segundo Jéssica, a herança prometida por Deus se expressa por meio da humanidade que ela tem a oportunidade de tocar a cada novo dia, aproximando-se dessa forma de Cristo. “Seja pela intercessão, pelo sorriso, pela palavra, pela vida, é uma honra, a verdadeira HERANÇA!”
“Já provo do céu aqui! Como não ser feliz em um chamado que me faz provar da grandeza do Amor que se dá, se doa, se reinventa e se refaz, de uma Amor que reza, acolhe, ama e ensina?! Como Teresinha posso dizer: ‘Para te amar, meu Bom Jesus, só tenho o hoje!’.”