A autobiografia do Papa Francisco chega ao Brasil no próximo dia 4 de fevereiro. A obra, intitulada “Esperança”, levou seis anos para ser concluída pelo Pontífice. No último 14 de janeiro, a publicação chegou às livrarias de 80 países simultaneamente.
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O livro traz memórias de Francisco e é ilustrada com fotos de seu arquivo pessoal. Com um relato que parte da infância até os dias atuais, o livro permite ao leitor contemplar o legado moral e espiritual do Santo Padre.
“Uma autobiografia não é nossa literatura particular, e sim nossa bagagem. E a memória não é apenas o que lembramos, mas aquilo que nos cerca. Não fala apenas do que foi, mas também do que será”, reflete o Papa Francisco. O Pontífice contou com o auxílio do escritor italiano Carlo Musso para concluir a obra.
Publicação foi antecipada para o Ano Jubilar
Esta é a primeira autobiografia de um Pontífice em exercício. De acordo com comunicado da Santa Sé, a ideia era lançar de forma póstuma, mas, devido ao Ano Jubilar, foi decidido antecipar a publicação.
A obra aborda também temas cruciais do pontificado de Francisco, bem como questões contemporâneas: guerras, migração, crise ambiental, políticas sociais, condição das mulheres, sexualidade e avanços tecnológicos. No livro, o Papa também reflete sobre o futuro da Igreja e das religiões.
Confira um trecho
“Gosto da pontualidade, é uma virtude que aprendi a apreciar. E chegar no horário considero-o como meu dever, um sinal de educação e respeito. Mas era minha primeira vez e eu já estava atrasado. O tempo tinha se esgotado em uma semana e eu ainda não vinha me decidir. Eu também gostava de estar com minha mãe. Felizmente, a parteira, Sra. Palanconi, era uma mulher capaz e experiente que teria festejado até cinco mil nascimentos. Mas quando entendeu que se podia esperar mais, fez chamar o médico de família e ele correu até lá.
Ele chegou quando a mãe estava no quarto, deitada na cama: o Dr. Scanavino a examinou, depois a tranquilizou, e isso sempre foi uma ótima história em nossas reuniões familiares, ela começou a sentar-se de bruços, a pressionar e a “pular”, para desencadear o trabalho de parto. E foi assim que eu vim ao mundo, no dia de São Lázaro de Betânia, o amigo que Jesus ressuscitou dos mortos. Eu “saí” pesando quase 5 quilos, e minha mãe com cerca de 44: foi um grande esforço, enfim, Maria Luisa Palanconi acompanharia todos nós, irmãos, por toda a vida, e depois até um dos filhos da minha irmã”, escreve com humor sobre seu nascimento.