Igreja

Como participar da Missa com criança pequena?

Mães da Comunidade Shalom dão dicas práticas de como ajudar os pais a educarem os filhos na piedade eucarística.

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“Sempre dizemos que a Missa é para rezar”, conta Fernanda Sales. (Foto: Arquivo Pessoal)

A Missa é o centro da fé cristã. Ela atualiza todo o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. No entanto, muitas famílias encontram desafios para viver bem a celebração eucarística com seus filhos pequenos, que ainda não entendem muito bem o que se está celebrando e têm dificuldade para participar. Para ajudar os pais na missão de catequisar seus filhos na Missa, conversamos com mães consagradas da Comunidade Católica Shalom, que partilharam dicas práticas que você pode aplicar de acordo com a sua realidade familiar.

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Tenha atenção as necessidades básicas da criança

Narlla Bessoni, consagrada da Comunidade Aliança e mãe de cinco filhos, lembra que é importante que os pais estejam atentos as necessidades básicas das crianças: sono, alimentação e higiene. Isso vai favorecer que elas participem bem da Missa, de forma mais tranquila.

“É importante levar a criança alimentada para evitar que você precise levar comida para a Missa. Eu digo isso por experiência própria. Com meu primeiro filho eu levava lanche, brinquedo achando que era necessário. Mas na verdade, as crianças foram chegando e eu fui percebendo que isso mais atrapalhava do que ajudava”, conta.

Evitar assessórios de distração

As três mães ouvidas nesta reportagem foram unanimes nessa dica. “O brinquedo chama a atenção de outras crianças. Então além de você comprometer a Missa dos seus filhos, você compromete a Missa de outras famílias”, alerta Narlla.

Escolher o melhor lugar para favorecer a participação das crianças

Luciana Varges e Narlla contam que preferem sentar com os filhos nos primeiros bancos para que as crianças consigam ver o que está acontecendo no altar e se interessem mais pela celebração.  

“É na sensibilidade que as crianças vão ter as suas primeiras experiências afetivas. É no cheiro, no toque, no que ela escuta. Então eu prefiro sentar mais pra frente”.

“Sempre chegava na hora, nunca chegava atrasada com a Missa já começada, porque senão a gente pega os piores lugares. E à medida que eles foram crescendo a gente tentava premiar o comportamento na Missa”, conta Luciana, consagrada de aliança e mãe de quatro filhos.

Já Fernanda Sales, também mãe de quatro, opta por sentar mais afastada de outras crianças. “A gente não senta perto de outras crianças porque a chance de brincar é grande. Não deixamos brincar na Missa e sempre dizemos que a Missa é para rezar. Mesmo que as outras crianças chamem para brincar, a gente sempre fala: ‘a Missa não é hora de brincar, é hora de rezar. Quando acabar a Missa, vocês podem brincar’”.

Manter as crianças perto dos pais

Outra dica que as mães deram é manter as crianças perto dos pais e não deixar elas soltas passeando pela igreja. “Eu nunca deixei as crianças ficarem andando na Missa. Quando a criança era pequena e cansava, a gente ia trocando o colo, hora comigo, hora com o pai. Mas só nós dois. A gente não envolvia avó, tio, tia, porque senão ia ficar a Missa inteira pulando de braço em braço. Era pai e mãe”, conta Luciana.

“Se o bebezinho está muito agitado, um dos pais pega o bebezinho dá uma voltinha e depois retorna. É uma dinâmica um pouco exigente”, reforça Narlla.  

Fernanda lembra que os bebês geralmente ficam mais inquietos e os pais precisam ter sabedoria para administrar isso. “Quanto mais novo, mais difícil é para manter quieto na Missa. Então a gente se utiliza de alguns momentos, como o ofertório, para fazer a criança sair do lugar, dar uma saidinha para o banheiro, para a criança não ficar impaciente. As vezes quando está muito agitado, um de nós vai um pouco mais para trás para dar uma acalmada nos ânimos e depois volta”, diz.

Explicar partes da Missa

As mães também indicam que a partir do momento que as crianças vão ficando mais velhas, é importante explicar algumas partes da Missa para elas entenderem melhor. “No período da alfabetização, a gente pode usar o folhetinho da Missa para ir atraindo a atenção da criança. Fazer ela identificar qual parte da Missa que está, pedir pra ela ler algumas palavrinhas do folheto”, indica Fernanda.

 “Depois que nossos filhos entraram na catequese, nós falávamos para eles participarem igual a gente participa da Missa: ficar em pé quando tem que ficar em pé, ajoelhar na hora de ajoelhar. Foi assim que eu fiz e hoje eu colho os frutos. Hoje eles batem palma, fecham os olhos, rezam, cantam. É difícil, mas eu digo que vale a pena”, partilha Luciana.

Ter em mente que é um processo de tentativa e erro

Cada criança é diferente e cada família tem seus desafios. Por isso, é importante que os pais  saibam que é um caminho de aprendizado para todos. Até que as crianças estejam catequisadas e compreendendo o valor da Missa será um processo de tentativa e erro.

“Algumas crianças vão ficar mais confortáveis em Missas muito cedo, de manhãzinha, e algumas crianças vão reagir melhor em Missas no final do dia. Então, eu vejo que por mais que a gente dê dicas e algumas orientações, a gente tem que levar em consideração essa questão da tentativa e erro. Também tem a questão do ambiente de onde ela está participando da Missa, se aquele ambiente favorece”, lembra Narlla.

Nutrir amor e zelo pela Missa nos pais

Segundo as mães ouvidas, esse processo de educação é bastante exigente. Mas quando os pais nutrem o amor pela Missa e não abrem mão de participar bem dela, as crianças vão aprendendo e sendo catequisadas pelo exemplo.  

“Já aconteceu comigo de sair da Missa suada, cansada, sem lembrar quais eram as leituras. Então é pedir a Deus misericórdia, ler as leituras antes e depois da Missa e recomeçar. Eu acho que só da gente ter amor e zelo em participar dos sacramentos, rezar com eles e permitir que eles nos vejam rezando faz com que desde pequeno compreendam o quão excelente é essa experiência”, finaliza Narlla.

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Comentários

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  1. Muito válido as dicas da irmã Narlla. Tomara q esse comentário chegue até muitos pais. Kkk. Narlla? E no caso da criança ter hiperatismo? Um fato muito comum crianças nascerem com esse problema. Como os pais devem agir?

  2. Tudo isso é super verdade. Mas no meu caso , com um filho autista, tudo fica diferente. Tudo se torna mais difícil, até porque as pessoas da assembleia, não entendem , e fazem cara feia quando meu filho faz qualquer barulho ou grita. Isso acontece às vezes até mesmo nas missas do shalom onde participamos.