Papa Francisco reconhece esses jovens no segundo capítulo do Christus vivit, a exortação apostólica pós-sinodal aos jovens e a todo o povo de Deus . De acordo com o Santo Padre, “eram belos reflexos do jovem Cristo que brilhavam para nos estimular e nos tirar da sonolência”. Conheça 10 santos e beatos que ainda na juventude “viviam a santidade cada um à sua maneira”, que “não conheciam a vida adulta e nos deixaram o testemunho de outra maneira de viver a juventude”, segundo reconhece o Pontífice.
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“O coração da Igreja também está cheio de jovens santos que deram a vida por Cristo, muitos deles ao martírio.”
Beato Carlo Acutis
Carlo Acutis nasceu no Reino Unido e se tornou conhecido por documentar milagres eucarísticos ao redor do mundo e catalogá-los em um site que ele mesmo criou nos meses anteriores à sua morte por leucemia. Os relatos sobre o jovem evidenciam a alegria eucarística, o desejo de conhecer cada vez mais sobre a Igreja. O jovem conseguia ensinar a família e motivava a viver no ordinário uma vida de santidade.
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O Papa Francisco declarou que ele era Venerável em 5 de julho de 2018. Em 21 de fevereiro de 2020, foi autorizado na Congregação para as Causas dos Santos a promulgar os Decretos que aprovam novas beatificações e canonizações, assim como novos Servos de Deus, e entre eles o jovem italiano Carlo Acutis. Sua beatificação aconteceu no dia 10 de outubro de 2020 em Assis, na Itália.
Serva de Deus Chiara Corbella Petrillo
Chiara Corbella Petrillo nasceu em Roma, em 09 de janeiro de 1984. Teve uma família católica e ela, à medida que ia crescendo, mostrava ser uma jovem serena, alegre e que gostava de ajudar ao próximo. Logo se interessou e participou da Renovação Carismática e, pode-se dizer que a fé e a devoção mariana pautavam sua vida. Amava viajar, gostava de tocar violino, amava a natureza e os animais.
Após uma viagem peregrina a Medjugorje, conheceu Enrico Petrillo, seu futuro namorado e marido. O jovem casal queria muito ter filhos, e tiveram dois com má formações. Com a intervenção divina na terceira gestação o bebê nasceu saudável, porém Chiara descobriu que estava com câncer na língua e teve que se submeter a uma cirurgia para extirpar o tumor, em março de 2011. Com o tempo, a doença se espalhou pelos pulmões, ao fígado, ao olho direito (que ela cobria com um adesivo) e aos nódulos linfáticos.
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Com o avanço da enfermidade, Chiara se recolheu à casa da família. Faleceu em 13 de junho de 2012, com apenas 28 anos. É um exemplo de fé inabalável comoveu a todos que a conheceram. Pouco tempo depois, em 02 de julho de 2018, a diocese de Roma deu abertura a sua causa de beatificação e canonização. Desta forma, ela se tornou Serva de Deus.
Beata Chiara Luce, 19 anos
Chiara Luce nasceu a 29 de Outubro de 1971, em Sassello, uma pequena cidade nos Apeninos. Não teve uma vida marcada por feitos extraordinários, mas soube amar. Sempre se preocupou com os mais necessitados e procurou viver como Jesus ensinou. Aos 9 anos participa num encontro das “Gen 3” do movimento Focolares. Aí conhece o ideal da unidade. O Evangelho passa a ser algo dinâmico na sua vida. E decide dizer sempre Sim a Jesus. Torna-se a amiga dos últimos. Deseja partir um dia em missão para África.
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Aos 17 anos, descobriu um tumor nos ossos. Suportou o sofrimento com alegria e entregou-o a Jesus. Inclusive, chegou até rejeitar morfina para poder oferecer cada uma das dores como sacrifício a Deus. Pouco antes de morrer, deixou uma mensagem aos jovens: “Os jovens são o futuro. Eu não posso mais correr, mas quero passar a tocha para eles, como nas Olimpíadas. Os jovens têm uma única vida e vale a pena usá-la bem”. Foi beatificada em 25 de setembro de 2010, em Roma pelo Papa Bento XVI. A festa é celebrada em 29 de outubro.
São Domingos Sávio, 15 anos
Domingos Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, em Riva, na Itália. Era filho de pais muito pobres, porém ricos de valores. Para servir à santa Missa, esperava o padre fora da igreja, mesmo debaixo de neve. Estava sempre alegre. “Vou me confessar muito frequentemente e farei a comunhão sempre que o confessor me permitir”. Jurou para si mesmo o que seria o modelo de vida: “Antes morrer do que pecar”.
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Aos 12 anos de idade Domingos Sávio se encontrou com São João Bosco e passou a fazer os estudos secundários, como eram chamados na época. O pequeno jovem tinha dois sonhos na vida: tornar-se padre e alcançar a santidade. O primeiro não conseguiu porque a tuberculose o levou antes, mas o sonho maior foi alcançado com uma vida exemplar. Curta, pois morreu com 15 de idade, mas perfeita para os parâmetros da Igreja, que o canonizou em 1957.
Servo de Deus Guido Schäffer, 34 anos
Guido Vidal França Schäffer, levava uma vida normal. Namorou, viajou, se formou em medicina e quase se casou, porém, segundo relatos, sentia que sua vocação era mais do que ser médico e uma pessoa dedicada aos irmãos.
Pessoas próximas testemunham que ele aproveitava as oportunidades para evangelizar, tanto no meio dos jovens como exercendo a medicina. Como médico atuou em obras de caridade, oferecia ajuda aos mais pobres assistidos pelas Irmãs Missionárias da Caridade e, muito especialmente após a leitura do livro “O Irmão de Assis”, decidiu largar tudo para seguir o forte chamado ao Sacerdócio.
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Morreu em maio de 2009, com 34 anos, durante o último ano do seminário, vítima de uma contusão na nuca que gerou desmaio e afogamento enquanto surfava, na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ). Conhecido popularmente como o Surfista Santo, é, atualmente, um Servo de Deus e postulante à beatificação. Em vida, foi seminarista, médico e praticante de Surf; e foi neste esporte que morreu. O processo de beatificação do seminarista Guido Schäffer tramita no Vaticano. A arquidiocese do Rio de Janeiro abriu o processo de beatificação em 17 de janeiro de 2015 e terminou no dia 8 de outubro de 2017.
Santa Joana D’Arc, 19 anos
Joana nasceu numa região rural da França. Era analfabeta, mas devota. Assinava seu nome com uma cruz. Aos 13 anos, passou a ter experiências místicas, ouvia as “vozes” do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não deram importância , depois acharam que estava louca e por fim acreditaram, mas temeram por Joana. Na época da Guerra dos Cem Anos (França contra Inglaterra), a jovem aconselhou o rei a lutar contra os ingleses. Depois de convencido, o rei concedeu à Joana a liderança do exército, que expulsou as tropas inglesas e deu a vitória aos franceses. Mas a jovem foi traída e vendida aos inimigos.
E assim, os ingleses a queimaram viva, alegando que era herege e feiticeira. 20 anos depois, a Igreja revisou o processo e constatou a injustiça. Joana d’Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França. A memória festiva é celebrada em 30 de maio.
Beato Pier Giorgio Frassati
Pier Giorgio nasceu em Turim, em 1901, no seio de uma família da alta burguesia. Porém, não se sentia à vontade na classe social onde vivia, nem na sua vida no lar, onde a fé era um elemento mais formal do que essencial. Estudou Engenharia mecânica, com especialização em mineração, porém não conseguiu concluir o curso de graduação, em vida, mas obteve o título “honoris causa“, em 2002. A prioridade dele não eram os estudos, mas a oração, a Eucaristia e a caridade.
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Pier Giorgio fundou a “Sociedade de Tipos Estranhos”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”. O grupo fazia excursões, contavam piadas, mas, acima de tudo, aspiravam à amizade mais profunda, fundada no vínculo sagrado da oração e da fé. Era uma verdadeira amizade cristã, em certos aspectos, profética para a maioria da associatividade leiga da Igreja, que haveria de vir.
Faleceu no dia 4 de julho de 1925 vítima de poliomelite, com apenas 24 anos, na véspera de concluir o curso de Engenharia Industrial Mecânica na Escola Real Politécnica. Pretendia dedicar-se integralmente aos mineiros devido às más condições a que eram submetidos. O jovem italiano foi beatificado por João Paulo II em 1990, o qual, ao assistir muitos jovens e membros da Ação Católica.
Beata Sandra Sabattini, 22 anos
Sandra nasceu em 19 de agosto de 1961, em Riccione, e viveu seus primeiros anos no município de Misano Adriático, na província de Rimini. Com 4 anos, ela e sua família se mudaram para a casa paroquial da paróquia de San Girolamo, onde o tio, padre Giuseppe Bonini, irmão de sua mãe, era o pároco.
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A jovem leiga italiana estava se preparando para o sacramento do matrimônio com Guido Rossi e participavam da Comunidade Papa João XXIII, que tinha como carisma servir aos “últimos da sociedade”. Ela e o futuro marido pretendiam se mudar para a África e lá fundar uma Comunidade Católica a serviço dos “últimos entre os últimos”.
Em 29 de abril de 1984, eles se dirigiam a mais um encontro da Comunidade Papa João XXIII. Quando Sandra desceu do carro e aguardava para atravessar a rua, um veículo que vinha na direção contrária a atropelou. Mesmo sendo rapidamente socorrida e levada a um hospital de Bolonha, não resistiu às consequências do forte impacto. Tamanhos foram os feitos de Deus na vida desta noiva, que Sandra foi beatificada em outubro do ano passado em em Rímini na Itália.
São Tarcísio, 12 anos
Tarcísio, também italiano, era acólito em Roma e servia ao altar junto ao Papa Sisto II. Numa era em que os cristãos sofriam duras perseguições, o jovem se ofereceu para levar escondido hóstias consagradas para presos que seriam executados. Durante a perseguição de Valeriano, imperador de Roma (253-260), muitos cristãos foram presos e martirizados. Enquanto estavam na prisão esperando a morte, esses cristãos desejavam receber a Santa Eucaristia para se fortalecerem com o Corpo de Cristo.
Mas era muito difícil entrar nas cadeias com a Santa Comunhão. O Papa Sisto II olhando para o garoto cheio de coragem que disse: “És jovem ainda, Tarcísio, e não sabes desempenhar esta santa missão“. Tarcísio retrucou: “Tanto melhor, porque de mim ninguém desconfiará, podendo de tal maneira me aproximar de nossos irmãos encarcerados. E também sei guardar as Santas Hóstias e nunca as entregarei aos pagãos.” Diante de tal atitude o papa não teve dúvida e entregou a ele uma caixa de prata com as Hóstias. Sabendo do zelo do jovem, o papa abençoou Tarcísio e entregou-lhe uma caixa com hóstias.
Em um certo dia, durante o caminho, ele foi identificado e apedrejado até a morte. Depois de morto, foi revistado, mas já não foram encontradas partículas do Sacramento de Cristo. Foi declarado Padroeiro dos Coroinhas ou Acólitos, que servem ao altar e ajudam na celebração eucarística. Sua festa é celebrada em 15 de agosto.
Santa Teresinha, 24 anos
Maria Francisca, que viria a tornar-se Teresa, a pequena francesa tinha o sonho de entrar para o Carmelo. Destacava-se pelo coração dócil e apaixonado por Deus. Com 15 anos, conseguiu a permissão de Papa Leão XIII para ser carmelita. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua vocação era o amor, como também sabia que o seu coração – e o de todos nós – foi feito para amar.
Firmou a vida de santidade dentro do Carmelo, com as provações, perseguições e penitências. Sofreu uma grave tuberculose, mas nunca deixou de estar alegremente na presença de Deus. Ele viveu o caminho da total confiança no amor do Senhor e propôs nutrir com a sua oração o fogo do amor que move a Igreja. No conhecido livro, “História de uma alma”, publicado em 1898, afirmou que “o amor de Nosso Senhor se manifesta tanto na alma mais simples, que não coloca nenhuma resistência a sua graça, quanto na alma mais sublime”.
Confira o especial de Santa Teresinha
Apos 24 anos de idade, morreu na cidade de Lisieux em 30 de setembro de 1897. Em 17 de maio de 1925, foi canonizada pelo papa Pio XI, o mesmo que dois anos mais tarde a declarou Patrona Universal das Missões Católicas. Foi declarada Doutora da Igreja em 19 de outubro de 1997 pelo papa João Paulo II.
-Com informações Vatican News
Teresa de Los Andes, 19 anos: a primeira Santa do Chile
Lindas as história da vida desses jovens santos. Comovi-me com a história de cada um deles. Tenho dois filhos, uma menina de 16 anos e um rapazinho de 12 , todos os dias, rogo a Deus pela santidade deles.
Suas últimas palavras antes de ser fuzilado foram: “Nos vemos no Céu. Viva Cristo Rei! Viva sua mãe, a Virgem de Guadalupe!”.
Faltou para mim o Santo Jovem mais importante que deu a sua vida a Deus e a Nossa Senhora , São José Luiz Sanchez Del Río, canonizado pelo Papa Francisco, tinha 14 anos. Os soldados cortaram a pele da sola dos pés de José Luis Sánchez del Río, 14 anos, e disseram: “Grita ‘morra Cristo Rei’ e salvamos tua vida” José Luis Sánchez del Río juntou todas as forças que lhe restavam e bradou a plenos pulmões:
“VIVA CRISTO REI!”
Lindo!!! Bom lembrar-se deste, que também foi muito corajoso e amou a Cristo até o final.