A festa de hoje, chamada “Epifania”, que significa “manifestação do alto”, manifesta a força de Deus que, através do Espírito Santo, revela que aquela criança nascida em Belém, num lugar distante, pobre e à margem da vida, é o Filho de Deus. Os magos são o modelo sempre atual de pessoas que nos ensinam a buscar a verdade. O perigo que corremos é que, muitas vezes, buscamos não a verdade de Deus, mas a nossa verdade, aquela verdade que nos agrada e que vem ao encontro dos nossos desejos. Veio a luz, mas as trevas não a receberam, nos ensina João, o evangelista.
Acende as luzes
O profeta Isaías não conhece desânimo. Ele é a voz que grita no deserto, alerta o povo e sempre aponta corajosamente para o fim de toda escravidão. Não é uma palavra seca e sem meta. Ele sabe que depois da noite, a luz do dia vai resplandecer, e que depois da tempestade, a bonança vai voltar, o mal será vencido pela perseverança dos bons. Não há como desistir de buscar novos caminhos.
O texto que a liturgia de hoje nos propõe anima a todos a nos levantar do leito do desânimo e da mediocridade e a retomar o caminho para chegarmos até Deus. O povo que volta da escravidão volta feliz, sente-se acolhido e os corações vibram de alegria. Precisamos nos aproximar da Palavra de Deus para acreditar que a vinda de Jesus não é um presente reservado para poucas pessoas, mas dom de todos e para todos. Alegremo-nos com todos os que abraçam a fé.
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Todos somos membros de Cristo
Todo ser humano que se abre à graça, que acolhe Cristo é chamado a ser o novo povo de Deus e a ser redimido por Cristo Jesus. Deus faz conhecer esse mistério da universalidade e prepara todos os corações para conhecê-lo. Bonitas são as palavras da leitura: “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho”.
A Epifania, então, reforça em nós a certeza de que todos são chamados a fazer parte do único corpo que é Cristo, da única videira que é o Cristo, da única Igreja que é a de Cristo. Qualquer divisão não corresponde à realidade do Reino de Deus. Maravilhosa é a abertura da Igreja em acolher todos os que, vivendo a unidade da fé em Cristo, querem se associar ao grande povo de Deus em caminho para o reino definitivo.
Adoremos o Rei Senhor
O texto do Evangelho de Mateus nos traz alguns questionamentos: “quem são os magos de hoje, que buscam Jesus e nos ajudam a encontrá-lo?” Os teólogos, que com sua investigação, nos abrem caminhos novos na dimensão do entendimento da fé; os místicos, que sempre com os olhos atentos à presença de Deus nos oferecem a capacidade de vê-lo nas novas realidades em que vivemos; os filósofos, os antropólogos, todos os que investigam como cientistas o nascer do universo e da humanidade são estrelas que nos orientam. Entretanto, podem existir estrelas que nos afastam do caminho certo, como foi o caso de Herodes que, na verdade, não queria adorar o Deus nascido entre nós, mas eliminá-lo porque ele mesmo queria ser deus.
O perigo do homem de hoje é assumir o lugar de Deus, achando que tudo sabe, tudo pode, e rejeitar todo sobrenatural. Epifania é ao mesmo tempo manifestação e busca. Nunca buscamos sozinhos, sempre existirão anjos bons que nos “reorientam na vida”. Pense hoje com carinho e reze por todas as pessoas que te reorientaram e te ensinaram a não voltar ao convívio dos “Herodes”, mas a tomar outro caminho. Reconheçamos em Cristo a sua realeza, sua divindade e humanidade proposta a nós, e o adoremos.
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Faltou somente informar qual o Evangelho de Mateus, muito obrigado, fiquem com Deus.