Meu nome é Roberto Pereira, sou missionário da Comunidade de Vida, natural de Cuiabá (MT). Já passei por muitas missões, mas, quando morava em Propriá (SE), vivi um tempo especial de discernimento do meu Estado de Vida. Como todo homem, eu queria casar. Então, partilhando com meu formador pessoal, fui tomando essa decisão. Ele me orientou, então, a me abrir ao matrimônio.
Contudo, a partir desse momento, eu ouvi dentro do meu coração a voz de Deus dizendo: Agora que você tem a sua vontade, Eu quero colocar uma outra opção na sua vida.
Deus começou a me mostrar a via do sacerdócio e ainda me falou: Na sua liberdade, quero que você escolha entre o sacerdócio e o matrimônio.
Uma crise gigantesca
Eu, de fato, entrei em uma crise gigantesca. Mas, para me ajudar, comecei a pedir provas concretas a Deus. E Ele foi me dando essas provas dentro daquilo que eu vivia na missão.
Por exemplo, no dia seguinte em que eu havia pedido uma prova, fui chamado para servir como acólito ao bispo no Carmelo onde participava da missa diariamente. Depois de uma semana, ele me falou: Daqui a pouco você vai querer ser sacerdote!
E mesmo diante das muitas palavras que Deus ia me dando, eu ainda me sentia inseguro e por isso seguia pedindo mais provas ao Senhor. O ápice desse discernimento foi quando eu vim para um Fórum Shalom em Fortaleza (CE). Durante os cinco dias de evento, eu pedi que Deus me desse provas. E a cada dia Ele me deu novos sinais, especialmente por meio dos irmãos.
Quando voltei para a missão, procurei o bispo de Propriá e ele me ajudou. Fui orientado e tempos depois, de fato, me tornei um seminarista Shalom. Ao longo desse caminho, fui colhendo muitos frutos desse sim. Entre eles, a alegria e a maturidade humana. A graça de Deus na minha vida a partir do meu sim foi me transformando por inteiro, fazendo-me um homem novo.
Deus trouxe tudo este ano
Eu sou muito alegre e extrovertido, principalmente nas missões, e no contexto da minha caminhada eu não perdi isso. Deus me ensinou a valorizar esse aspecto da minha vida em meio ao meu chamado ao sacerdócio.
No ano passado, Deus me deu tudo: os votos definitivos no celibato, as promessas definitivas na Vocação Shalom, a cirurgia da hérnia de disco, a monografia do curso de Teologia, a ordenação diaconal… eu já estou ansioso para exercer o meu ministério, porque vai chegando um tempo que a gente vai desejando aquilo que é vontade de Deus na nossa vida. Foi um tempo gratificante de preparação até este momento.
Neste ano de diaconato, eu pude ter a alegria de estar em uma Casa de Formação Shalom, onde pude tocar na vida dos dos missionários da Comunidade de Vida Shalom que estão no discipulado — meus filhos. Eu puder interceder e levá-los a ter uma experiência maior com o Carisma.
Diante daquilo que a humanidade foi vivendo neste contexto de pandemia, eu me deparei com a solidão de não ter alguns irmãos e familiares por perto. Eu fui desejando ainda mais concretizar o meu Estado de Vida (o sacerdócio) para ser um instrumento de consolação para aqueles que se sentem sós e para aqueles que perderam entes queridos. Quero, através do meu ministério, levar a esperança para os que estão desesperados.
Eu tive a experiência de ter pegado o COVID-19 e ter vivido o isolamento dentro de casa — ali eu me uni à Paixão do nosso Senhor e àqueles que estavam na mesma situação.
Antes da ordenação diaconal eu tinha muitos planos, mas com esse ano tudo mudou. Tudo foi diferente na vivência deste tempo, principalmente com o fechamento das igrejas. Foi um período de profunda intercessão dentro da Casa de Formação.
Essa foi uma grande experiência deste ano de diaconato: me unir às dores da humanidade.
Roberto Pereira
Que testemunho maravilhoso! Que Deus te faça um padre santo e que Maria te cuide sempre!