Neste caminho de descoberta da vontade de Deus, eu fui tendo uma experiência muito concreta, ao longo da minha história de vida. Me chamo Thiago José e levo este nome porque nasci no dia de São José. Inclusive, ele teve uma grande participação neste percurso de me encaminhar para que eu pudesse sentir, entender e ter uma experiência com Deus que foi me conduzindo a este caminho de consagração de vida.
No início da minha vida, ao chegar ao mundo, a minha mãe teve complicações no parto porque eu era um bebê que estava entrelaçado em seu cordão umbilical. Tive alguns problemas respiratórios e nasci somente no dia de São José, ainda que não estivesse previsto que eu nascesse nessa data. Minha mãe fez uma promessa que, se eu nascesse com saúde, até os meus 19 anos sairia anualmente em procissão (costume da minha cidade), vestido de São José.
Eu lembro que essa experiência, ao longo da minha juventude, me fez pensar sobre a possível eleição de Deus, algo de diferente que Ele poderia estar trazendo para minha vida.
Com o passar do tempo, eu fui descobrindo que isso realmente trazia um chamado e isso me despertou para a vida consagrada, vendo testemunho de irmãos da Comunidade de Vida que serviam na minha missão, na minha cidade (Cedro de São João — Sergipe). A partir dali eu fui me conhecendo mais, fiz minha crisma na Comunidade Católica Shalom e ingressei na Comunidade de Vida, providencialmente aos 19 anos, em 2004.
A Virgem de Fátima
Fui enviado para a missão de São Luís (MA) e passei a viver o chamado da vida missionária, ofertando tudo a Deus. Fiz o discipulado e depois fui para a missão de Fátima, em Fortaleza, onde fiz as minhas primeiras promessas como consagrado da Comunidade Católica Shalom. Foi nessa missão que Deus me gerou para o sacerdócio, por meio de Nossa Senhora. Eu sentia como se estivesse no ventre de Maria… a Virgem de Fátima foi gerando em mim um desejo e uma inquietação para que eu me despertasse para esse chamado.
Foi aí que eu comecei a rezar sobre isso! Um fato muito marcante no meu discernimento sobre o Estado de Vida aconteceu em Pacajus, em um retiro de dois dias. Ao final deste retiro, eu pedi à Nossa Senhora que ela me desse uma palavra sobre aquele tempo, pedi que ela movesse as minhas decisões a partir de então. Em oração, recebi uma palavra de Provérbios 33 que era tinha como título “Conselho de uma mãe para um filho”.
Lendo aquele trecho das Sagradas Escrituras, fui definitivamente, despertado para o sacerdócio como uma missão e como um chamado que Deus me fez. Ainda na mesma época, diante das minhas indecisões (eu sabia que era algo que ia mudar a minha vida), busquei me deixar guiar pela Palavra, e não pelos meus sentimentos ou “achismos”.
Uma experiência de santidade
Eu sempre me vi como alguém que, chamado a vida consagrada, tem também a missão de viver um seguimento cristão por meio da amizade com Deus. Os meus maiores desafios surgiam a partir do meu autoconhecimento, quando eu ia me deparando comigo mesmo e com as minhas fraquezas… Mas ao mesmo tempo as graças também vinham em auxílio a isso – do reconhecimento da minha fraqueza e limitação – que amparada pela graça, me movia sempre à uma experiência nova de conversão.
O diaconato foi um tempo de muita graça, porque eu vivi essa experiência missionária em Salvador (BA). Eu fui muito privilegiado, porque foram muitas graças – neste tempo, eu fui sendo envolvido por uma experiência de santidade muito forte. Eu participei da canonização de Santa Irmã Dulce dos Pobres e mensalmente ia para o santuário dela fazer meus retiros pessoais e com ela fui aprendendo a amar a missão e o povo pelo qual o povo me enviava, o povo de Salvador. Ali eu aprendi muito sobre o meu chamado, sobre o serviço aos mais necessitados. Servi também na Paróquia de Santana, no Rio Vermelho, e todas essas graças deram vida à missionariedade na qual eu estava inserido.
Padre Thiago José
Obrigado, por su testimonio P. Thiago