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Literatura: diretor do Projeto Genoma apresenta os motivos que o fizeram acreditar em Deus

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Resenha do livro “A linguagem de Deus”, de Francis Collins

a linguagem de DeusDiretor do projeto Genoma, geneticista, bacharel em Química pela Universidade de Virgínia e PHD em Físico-Química pela Universidade de Yale. Após ter ingressado no curso de biologia, mudou para a medicina, no qual, estudando bioquímica, interessou-se pelos estudos sobre RNA e DNA. Francis Collins é um dos cientistas mais aclamados da atualidade e foi responsável por um dos maiores feitos na ciência moderna, trabalhando no mais moderno estudo do DNA, o código da vida.

Em seu aclamado livro “A Linguagem de Deus”, o cientista cristão apresenta os motivos que o fizeram passar a acreditar em Deus. Aos 27 anos, Collins era ateu, até que através de uma simples pergunta de uma paciente o fez ver que fugia e ignorava sua espiritualidade, e como um cientista que busca a verdade das coisas, não podia simplesmente viver ignorando essa área do seu ser.

No desenrolar do livro, ele apresenta vários argumentos, tanto filosóficos, falando sobre moral, essência e natureza do ser humano, como científicos. Faz críticas aos céticos e materialistas que não dão fundamento ao sobrenatural e acham que as leis da natureza podem explicar tudo. O autor questiona se a origem do universo não seria um grande milagre, esse acontecimento sem igual para o qual os cientistas procuram explicações, e que as leis da natureza fracassam ao tentar elucidar.

Cita também as quinze constantes físicas cujos valores a atual teoria não consegue predizer, simplesmente “são como são”. Collins afirma que a probabilidade de todas essas constantes terem os valores necessários para resultar em um universo estável e capaz de sustentar formas de vida complexas, quase tende ao infinito. É como se nosso universo fosse minuciosamente planejado, como se “algo” (para os mais céticos) tivesse desejado tudo isso, algo inteligente, do qual todas as coisas foram feitas, algo incriado, eterno. Bem, parece que essas características se enquadram perfeitamente a um Deus criador.

O cientista ainda mostra como é possível acreditar em Deus e, ao mesmo tempo, aceitar a teoria da evolução, e que não há nada de incompatível nesse tipo de visão. Apesar da famosa teoria de Darwin excluir Deus dos processos evolutivos e de seleção natural, Collins explica que Deus pode ter escolhido essa exata maneira para o acontecimento da vida. Cita também vários textos de cientistas como Darwin, Stephen Walking, o filósofo e doutor da igreja Santo Agostinho e C. S. Lewis, autor de as Crônicas de Nárnia. Refuta os argumentos do conhecido biólogo e militante ateísta Richard Dawkins, passa pelos assuntos do design inteligente, estrutura do DNA, bioética e, por fim, faz um belo discurso de que não há nenhuma incompatibilidade entre a fé e a ciência.

Ninguém mais habilitado para falar sobre tais assuntos do que Francis Collins. Ele produziu uma belíssima obra. Isso, na verdade, a Igreja vem fazendo durante vários séculos, através dos vários cientistas cristãos, leigos e padres. Hoje nossa sociedade desconhece e, muitas vezes, nega que a beleza e o avanço das ciências somente foram possíveis pelo árduo e insistente trabalho da Igreja. Com argumentos bem convincentes de diversas áreas do conhecimento – mas claro, só convence quem está aberto à verdade – esse é um livro que não pode faltar para quem está no meio científico ou apenas se interessa pelo assunto.

Anderson Fernandes Pessoa


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