Era uma segunda-feira, como outra qualquer, eu me lembro de ter entrado em casa correndo, porque “precisava” enviar mais um dos meus textos enormes para a Gislaine, minha amiga que sempre ouvia minhas queixas, de como minha vida era difícil, como eu havia sido machucada, enganada, traída, como eu sofria, oh! Coitadinha de mim! Havia chegado cansada do trabalho que eu detestava, naquela casa que poderia ser maior e mais bonita, depois de ter trabalhado o fim de semana.
Enviei o texto e me joguei na cama esperando a resposta que viria rapidinho, afinal, diante de tanto sofrimento, ela não me deixaria esperar. Dois dias depois, “Andréa, minha irmã, pare de lamber suas feridas! Deus tem uma obra grande na sua vida! Tire os olhos da sua dor e vá dar de beber a tantas pessoas que estão sedentas de uma água que elas só encontrarão em você. Pergunte a Deus o que Ele quer fazer da sua vida!”
Foi um choque!
Eu queria consolo, eu queria que ela sentisse pena de mim e me deixasse ali, no meu vitimismo, lambendo minhas feridas, com cara de coitada. Mas o choque me fez levantar e fazer visitas frequentes aos Sacrário, perguntando a Jesus o que Ele queria de mim, e foi assim que tudo começou. Deus me levou a descobrir a Comunidade Católica Shalom em meio ao caos da minha vida e me ensinou o significado do verdadeiro amor.
Encontrei um lugar de repouso, um ponto de chegada e também de partida. Durante toda a minha vida, busquei o sentido de existir e desejava algo mais, só não sabia exatamente o que. No Shalom, encontrei minha identidade, um jeito de viver, um caminho seguro de santidade.
Um caminho que me leva a me consumir pelos homens, a lutar pelas almas
Depois que encontrei minha vocação, meu olhar para o mundo nunca mais foi o mesmo. O Shalom me ensinou que estamos constantemente em missão. Aquelas feridas que eu lambia foram curadas pelo caminho, enquanto eu cuidava das feridas dos outros. Meu trabalho é graça, meio de sustento para mim e minha filha. Minha casa é lugar de amor, oração e descanso. No Shalom, ganhei um povo. Lá sou formada, moldada, podada, amada e aprendo a amar.
Um caminho que me leva a me consumir pelos homens, a lutar pelas almas. Como não amar essa vocação que me deu tudo? Eu a amo, porque através dela, Deus me amou primeiro. Eu amo ser Shalom porque hoje sei que Deus me chamou pelo nome, me elegeu, me separou, me deu um Carisma de Paz para ser luz nesse mundo armado. Eu amo o Shalom porque Deus pensou num lugar para os piores e isso é consolo para mim.
Hoje sou a feliz terceira, aquela que compreendeu que Deus e o outro vêm antes de mim. Caíram as vendas dos meus olhos, rompeu-se a minha surdez. Sou feliz, Sou Shalom! “Obrigada, Senhor, por me teres escolhido.”
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