Não se pode deixar de dar assistência a um doente terminal. Não podemos estar na sua pele e não podemos matá-lo. A única coisa digna que podemos fazer é proporcionar-lhe cuidados paliativos de qualidade, os quais devem ter em conta as dimensões biopsicossocial, espiritual e familiar da pessoa. É por este caminho que se deve avançar.
A eutanásia mata a liberdade: trata-se de uma suposta decisão livre que fará com que a pessoa nunca mais tome decisões livres. Nem sequer a tão humana decisão de corrigir. A eutanásia, a sua banalização ou despenalização, é uma questão que se enquadra no lado escuro da profissão de médico, seja ela promovida de que maneira for.
São muito frequentes os casos de consultas sobre se se deve proporcionar ou não tratamentos a doentes terminais. A Medicina não pode negar nunca a hidratação, a nutrição, a higiene, a oxigenação, os medicamentos básicos. Recentemente, um idoso revelou uma insuficiência cardíaca e o comité de ética do seu hospital recomendou apenas um tratamento à base de morfina, à espera da sua morte. Mas o médico que o assistia resolveu o caso com um diurético, oxigénio e digoxina. Verdadeiro sábio o médico que o seguia.
José Maria Simón
Carta aos médicos católicos de todo o mundo
Fonte: fiamc.org