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Fonoaudióloga na pandemia: ver em cada paciente a pessoa de Cristo

No dia do Fonoaudiólogo, trazemos o testemunho de uma consagrada da comunidade aliança que busca ser consolo de Deus através da sua profissão

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Em um período em que o mundo se trancafiava dentro de casa e em que a incerteza e o medo pairava, Deus lançava a fonoaudióloga Ana Mara Amancio Pero para um novo campo de missão: o hospital. A consagrada da comunidade aliança da missão do Rio de Janeiro, que sempre trabalhou com terapia voltada para a recuperação de distúrbio de linguagem em crianças, passou a trabalhar em meio a CTIs e enfermarias pouco antes do início da pandemia.  

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“Eu tinha uma afinidade muito grande por uma área da fono que trabalha com reabilitação da deglutição, ou seja, quando a pessoa tem dificuldade de se alimentar por via oral. Essa área é um campo de atuação que a gente trabalha muito em hospitais, enfermarias, CTIs, UTIs neonatais”, explica.

Pois, justamente quando a pandemia estourou, Ana Mara se viu no centro do combate ao vírus.  “Para mim era desafiante, porque a cidade inteira estava dentro de casa. Foi um tempo muito intenso. A demanda de pacientes aumentou muito porque os hospitais estavam lotados e a gente precisava chegar muito cedo e sair muito tarde. Fora a preocupação de acabar se contaminando, porque atendíamos diretamente pacientes com covid”.

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A fono explica que o trabalho consistia em ajudar na reabilitação de pessoas que foram extubadas com dificuldades de se alimentar por via oral. “Como consagrados, a gente não vive nossa vida de forma natural. Então me lembro que rezando, nesse período, Deus me fazia entender que cada uma daquelas pessoas que eu iria atender era Cristo enfermo. Muitas vezes eu ia com medo, mas eu tinha certeza de que ali era meu campo de missão”.  

Ana Mara explica que a fé foi a luz que iluminou em meio aos medos que os profissionais de saúde precisavam encarar todos os dias ao combater um vírus até então desconhecido. “Toda equipe de saúde ia meio que tateando naquilo que a gente precisava fazer. Mas, à luz da fé, Deus vinha dar um sentido. Eu me lembro que muitas vezes que eu atendia eu lembrava aquilo que Deus tinha me dito. Então eu pedia a Deus a graça de atender com muito amor, com muita mansidão e poder fazer o melhor para eles. Se a gente estava com medo, imagina eles?”

Fé nos resgates impossíveis

Ana Mara lembra que, junto a sua equipe, buscava alimentar a esperança na recuperação dos casos mais difíceis. “Muitas vezes, a gente selecionava os pacientes que estavam em condições piores e dizíamos: ‘vamos investir neles, não vamos desistir deles’. Buscávamos acreditar que era possível que eles saíssem daquela situação. Eu procurava confiar no cuidado de Deus comigo e também que Ele iria vencer naquelas pessoas e que aquela era a minha oferta sacrificial no período da pandemia”.

Da dor pela morte de um paciente a alegria pela recuperação e superação de outro. Era esse misto de sentimentos que a equipe de saúde experimentava todos os dias nos hospitais. “A gente tocou muito concretamente nesse período na questão da morte, ver muitas pessoas morrendo. Mas Deus sempre vinha trazer a esperança de que ali não era o fim. E também experimentávamos alegria com aqueles que recebiam alta”.

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Novo tempo

Após o ápice da pandemia, Deus lançou a fonoaudióloga a ser construtora do Reino por meio da sua profissão em outra área. “Hoje não trabalho mais em hospital, Deus me chama a um outro campo de missão dentro da minha área de atuação. Hoje atuo com crianças que tem distúrbio no processo de linguagem e de aprendizagem e consigo contemplar a manifestação do amor de Deus na minha profissão ajudando aquelas crianças a superarem o desafio delas”.


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