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Iraque: Patriarca da Igreja Caldeia pede mais apoio

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IraqueEm contacto telefónico para a Fundação AIS, D. Louis Sako, Patriarca da Igreja Caldeia, afirmou-se “desolado com o que está a acontecer” no Iraque, afirmando “não ter mãos a medir com as centenas de milhar de cristãos que perderam tudo e que dependem da ajuda da Igreja.” 

Por isso, apelou ao reforço da ajuda que tem sido enviada à comunidade cristã, nomeadamente através da Fundação AIS, mas sublinhou que, dada a dimensão do drama que se está a viver, essa “ajuda tem sido insuficiente”.
D. Sako, que atualmente se encontra a viver em Bagdade, afirma que “o êxodo dos cristãos é enorme”, e teme mesmo “pela desertificação total”.

D. Louis Sako anunciou ainda que na próxima semana vai a Bruxelas para explicar uma vez mais aos responsáveis da União Europeia a urgência de “um maior compromisso do Ocidente” na ajuda às minorias iraquianas perseguidas pelos jihadistas do Estado Islâmico, que incluem não só os cristãos mas também os Yesidis, e que é necessário fazer tudo o que estiver ao alcance da Europa para “se combater o avanço do Estado Islâmico”.

O prelado manifestou a vontade de visitar novamente Portugal – esteve entre nós em Novembro de 2011 –, e agradeceu também a campanha de oração pela paz no Iraque, que a Fundação AIS vai organizar no próximo dia 14 de Setembro, aquando da peregrinação anual da instituição ao santuário mariano, à imagem, aliás, do que já ocorreu no passado dia 6 de Agosto.

Entretanto, D. Sako divulgou um comunicado sobre a situação dos cristãos no Iraque, a que a Fundação AIS também teve acesso, em que se refere aos “acontecimentos dolorosos” que se têm abatido sobre os cristãos no seu país, que, “num piscar de olhos, foram expulsos de suas casas, sendo obrigados a fugir a pé em busca de abrigo”.

Esta realidade, afirma, “remete-nos para séculos passados de um obscurantismo que se tornou realidade na nossa civilização actual”. Para o prelado, os cristãos estão a experimentar “um verdadeiro genocídio”, e o mundo deve ver as acções do Estado Islâmico “como uma ameaça para todos”.

No referido comunicado, o Patriarca da Igreja Caldeia lamenta ainda a “incapacidade do governo iraquiano em impor a lei e a ordem no país”, havendo uma “deterioração das condições de segurança, que promove uma cultura da violência que favorece os extremismos”.

Exemplo disso são os sequestros de cristãos, em Bagdade, em plena “luz do dia”, numa campanha intimidatória para que “deixem as suas casas”.

Enquanto isto, afirma, a classe política parece apenas preocupada com as suas lutas intestinas.

Para D. Sako, é urgente “o governo reconhecer a sua responsabilidade histórica, nacional e moral” em relação a estes acontecimentos, defendendo, uma vez mais, que “a emigração não é a solução para os cristãos iraquianos”.

Assim, o prelado defende que o executivo deve proceder à inventariação das famílias deslocadas, a fim de se poder proceder, com rigor, à indemnização pelos danos e perdas das propriedades dos cristãos espoliados pelos jihadistas.

Dada a dimensão catastrófica em que se encontra a comunidade cristã, D. Sako considera que a ONU deve proceder à construção de conjuntos habitacionais adequados para todos os que se recusam a regressar às suas aldeias, e faz um apelo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para a formação de “uma força de paz, em colaboração com as forças de segurança iraquianas e curdas”, com o objetivo de se “libertar a planície do Nínive” e fornecer a segurança necessária que permita que “as pessoas deslocadas possam regressar às suas aldeias de origem”.
Por fim, D. Louis Sako exige que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU investigue “as atrocidades” e crimes cometidos pelo Estado Islâmico, de forma a “levar à justiça os responsáveis por esses crimes contra a humanidade”.

 

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 Fonte: Ais.org


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