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Jovem supera vício das drogas e se torna missionário

Juan Léniz, chileno, atualmente consagrado da Comunidade de Vida, teve a vida transformada após uma profunda experiência com Deus.

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A Campanha”Melhor vida não há” surgiu como um desejo de dar uma resposta diante da dura realidade de tantos adolescentes e jovens afetados pelo flagelo das drogas, e tem o caráter preventivo e informativo. Missionários da Comunidade, membros de grupos de oração e outros voluntários visitam escolas e faculdades, com atividades artísticas, esportivas e formativas.

Em 2020 e este ano durante o período da campanha, as ações acontecem on-line, por meio de lives no Instagram e canais no YouTube de várias missões Shalom do Brasil e de outros países. O objetivo é conscientizar os jovens sobre os danos causados pelas drogas e oferecer a quem precisa uma chance de sair do vício, apresentando a todos aquela vida plena e feliz que somente Deus pode dar.

Durante este mês iremos apresentar a vida de pessoas que foram alcançadas pela graça de Deus, e a partir dessa experiência de amor e real felicidade, vivem uma nova vida. Começamos pela história do Juan, um chileno que conseguiu sair dos vícios, acreditando em Deus, em si mesmo, e contando com a ajuda dos seus familiares, dos médicos e da Comunidade Shalom. 

“Meu nome é Juan José Léniz, tenho 30 anos, sou natural de Santiago do Chile e fui resgatado de uma vida perdida no consumo de álcool e drogas. Embora eu viesse de uma família na qual não era comum a presença de álcool nem de drogas, a curiosidade de experimentar da alegria que via em amigos que usavam essas substâncias levou-me a adentrar nesse mundo.

Meu consumo iniciou-se aos treze anos, quando apenas esporadicamente em festas com os amigos, bebia algumas cervejas e fumava cigarro. Porém, em questão de meses, esse consumo aumentou em frequência, variedade e quantidade: já não bebia mais em uma ou outra ocasião, mas todo final de semana e até durante a semana; já não era apenas cerveja, mas também vinho, rum, whisky, vodca e tudo o que passasse pela minha frente.

Passado um tempo, bebia até a embriaguez, submetendo-me a situações humilhantes e até perigosas, sem consciência do que estava acontecendo ao meu redor. Sentia prazer ao consumir e a adrenalina que toda a situação produzia me atraia a repetir a experiência uma e outra vez. Depois apenas bebida e cigarro não era suficiente e entrou a maconha na minha vida, que esteve presente na minha vida durante cinco longos anos.

Chegou um ponto em que já não era necessária uma ocasião especial para fumar ou beber.  Antes qualquer oportunidade era motivo para consumir. Já não esperava acontecer uma festa ou um encontro com os amigos. Consumia sozinho, de noite na rua, antes de chegar em casa, de manhã antes de entrar no colégio. Tornou-se cada vez mais frequente. Houve períodos em que isso acontecia todos os dias da semana.

O consumo afetou todas as áreas da minha vida. Meu aspecto físico mudou; meu rendimento escolar piorou consideravelmente; passei a ter problemas de conduta no colégio (fui expulso do colégio e quase não terminei o ensino médio) e até tive problemas com a polícia; me envolvi com traficantes e com pessoas que consumiam e me afastei de amigos que não concordavam com a minha atitude.

A relação com a minha família viu-se muito afetada, pois eles viam como a minha vida estava sendo comprometida pelo consumo. Tentaram me ajudar de todas as formas, porém, eu escolhi me afastar deles: era fechado na relação com eles, passava dias fora de casa, não dava satisfação de nada do que fazia e cheguei até fugir de casa.

Não tinha controle de mim mesmo, o álcool e as drogas me dominavam. Se me chamavam para beber não conseguia dizer não, e uma vez que começava não conseguia parar. Na época, cegado pelo vício, eu achava que o consumo era a felicidade. Eu acreditava que o prazer, que sentia ao consumir era a felicidade  — prazer que na verdade era um alívio produzido ao saciar o forte desejo que a própria adicção gerava.

A verdade é que o consumo era uma forma de fugir covardemente dos desafios que a vida apresentava. Viver dessa forma era uma forma de não parar e assim não me deparar com a verdade da vida que estava escolhendo: vazio, solidão, falsidade, tristeza, baixa tolerância à frustração, medo de enfrentar os meus limites, entre muitas outras coisas.

Com 17 anos, bêbado, provoquei um incêndio que quase queimou o apartamento onde morávamos. Foi então que meus pais viram que tinha chegado ao limite e me levaram para um centro de reabilitação onde fui diagnosticado de alcoolismo. Passei três longos anos em reabilitação, porém, não conseguia deixar os meus vícios.

Experiência de Deus

Com 20 anos de idade tive uma experiência pessoal com o amor de Deus que transformou a minha vida. Na oitava da páscoa, no dia da festa da Divina Misericórdia, de maneira muito simples, percebi que a minha vida estava sendo jogada no lixo. Por uma inspiração interior e em apenas um instante, fez sentido aquilo que escutava fazia anos, pela primeira vez. Reconheci que não era feliz e que a vida que estava construindo nunca me faria feliz nem livre, muito pelo contrário: era escravo.

Foi então que decidi não consumir mais, pois sentia dentro de mim um desejo pela felicidade e, ao mesmo tempo, algo que me dizia que eu podia, de fato, ser feliz. Só mais tarde compreendi que quem deu este entendimento no meu interior e quem me inspirou o propósito de não mais beber foi Deus. Nesse mesmo dia comuniquei a decisão de me manter em abstinência aos meus pais, pedi perdão a eles e começou um tempo novo na minha vida.

Um novo tempo, com graças e desafios

Abracei o caminho da abstinência total, pois sabia que eu não conseguiria consumir com equilíbrio. O tratamento passou a dar resultados. Não foi da noite para o dia. Precisei de muito esforço, muita luta, muitas renúncias para poder sair. Tive síndrome de abstinência, noites sem dormir, pensei muitas vezes em retornar ao consumo (muitas vezes, inclusive, cheguei perto), porém, com a graça de Deus, mantive-me no meu propósito. Experimentava a cada dia que passava de uma alegria nova, diferente, de uma liberdade que enquanto estava perdido no consumo não conhecia.

Neste processo contei com a ajuda incondicional da minha família, que nunca desistiu de mim, da equipe do instituto médico, que me deu todo o suporte psicológico e psiquiátrico necessário para me reabilitar, e da Comunidade Shalom, que me acolheu como um filho com todos os meus limites e feridas.

Desde que decidi deixar o consumo faz dez anos, nos quais tenho me mantido em total abstinência de álcool e de drogas, graças à bondade e misericórdia de Deus. Hoje sou missionário da Comunidade de Vida shalom, consagrado a Deus, e posso dizer que encontrei numa vida livre de consumo a liberdade que tanto e tão profundamente desejava”.

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Comentários

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  1. Bendito seja Deus, quem hoje conhece o Juan não imagina o quanto ele passou. Deus que operou maravilhas na vida dele pode operar também na vida de todo e qualquer irmão nosso que hoje esteja em situação igual ou pior que ele estava. Não desistamos e creiamos sempre mais em Deus.