Chamo-me Leandro Santos Oliveira. Meus pais só namoravam quando minha mãe engravidou. Olho para este fato e vejo aqui a mão de Deus e sua providência, que em meio à situação soube tirar um bem maior. Pois Deus me quis e me chamou para algo maior, ser no seio da minha família e no mundo instrumento dEle, ser um pescador de homens.
Quando era adolescente, lembro-me de ter sido convidado por meus tios, que trabalhavam na Arquidiocese de São Paulo. Eles me perguntaram algumas vezes se eu não gostaria de estudar, ser seminarista, ser um futuro padre. Lembro-me de que me inquietei, mas não levei à frente a ideia.
Outro fato que vivi foi após a minha primeira experiência de Deus, num encontro de jovens em 2004, a minha vida começou a mudar desde então, algo começou a me inquietar sobre a dimensão vocacional. Só conseguia pensar na palavra vocação. Diante do meu pouco conhecimento de Igreja, pensava que só poderia corresponder a essa inquietação se fosse padre. Combinei de participar do encontro vocacional com a irmã responsável pelo vocacional da Diocese, mas tudo mudou ao conhecer nesta mesma semana a Comunidade Católica Shalom. Entendi anos depois que Deus me queria como Shalom Sacerdote.
A partir de uma experiência profunda com o amor de Deus em 2005 e um consecutivo chamado vocacional no Carisma Shalom, eu encontrei o meu lugar na Igreja. Mas havia algo mais que Deus desejava de mim, além de uma vida consagrada a Ele no caminho e vivência do carisma e do celibato. Percebi que Deus me chamava a ser instrumento d’Ele, instrumento de cura e reconciliação para os homens, para a vida comunitária, para servir à Igreja.
Recordo-me de que, no primeiro ano dentro da Comunidade, estava em missão em Natal–RN, o padre que ia celebrar a missa de abertura de um dos nossos eventos para jovens, o Acamps. Nos momentos antes de começar o evento, não conseguíamos contato com ele, o que me levou a sair pela cidade a procurar um padre que pudesse substituir o que havia “desaparecido”. Depois de tantos nãos, parei e olhei para o céu e disse a Deus que, se um dia, ele me chamasse a ser sacerdote, que eu nunca me negaria a celebrar uma missa. Logo em seguida, o padre, que havia “sumido”, entrou em contato. Creio que Deus só queria o meu sim.
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Em 2012, após discernimento junto às minhas autoridades, pedi ingresso no caminho do seminário em vista da formação sacerdotal. Caminho de crescimento e de amadurecimento que forjou em mim a fortaleza necessária para ser dom de Deus para os outros. Caminho que hoje vai chegando ao fim com o passo da conclusão do bacharelado em Teologia e da ordenação diaconal, caminho de aparente chegada, porém cheio da força de um novo envio para um novo tempo que se iniciará em breve com a ordenação presbiteral.
Com o coração grato a Deus, à Comunidade Católica Shalom, aos meus irmãos de Comunidade, aos meus amigos e ao povo de Deus, desejo transbordar tantas graças recebidas neste processo vocacional, em vista que Deus continue a realizar sua Obra e sua vontade a partir do meu pouco e pobre amor, transformado por Ele em oferta agradável e testemunho aos Seus.
Que seja fecundo esse meu simples, sim, para poder frutificar na vida de muitos e no seio da Comunidade. Amém.
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