Chegou a hora de mudar os ares. Saímos da Polônia e aterrissamos em solo Alemão. É hora de falar do nosso Papa emérito Bento XVI. E claro, é só falar da Alemanha, que todo brasileiro sente um frio na espinha ou pelo menos sentia, já que a seleção alemã vem decepcionando constantemente (fico muito triste com uma notícia dessa, risos).
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Porém, nosso foco aqui não é a seleção alemã, mas um alemão específico: Joseph Ratzinger. Sim, o alemão mais amado que nós conhecemos. E já que o assunto é futebol e Copa do Mundo, vamos voltar no tempo, mais especificamente para o ano de 1986, quando Ratzinger ainda era cardeal.
Ratzinger explicando o futebol
Naquele ano aconteceria novamente uma Copa do Mundo no México. A competição acabou com a Argentina de Maradona campeã do mundo sobre a Alemanha. Antes do torneio ocorrer, o cardeal Ratzinger publicou um artigo chamado “Busquem as coisas do alto”. O texto era uma resposta à seguinte pergunta: “Por que este esporte movimenta tanta gente assim?”.
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Ao longo do texto, Ratzinger apresentou a ideia de que o jogo era uma “espécie de tentativa de retornar ao paraíso: sair da escravizante seriedade da vida cotidiana e de seus cuidados para a seriedade livre do que não necessariamente tem que ser e que, justamente por isso, é bonito. Frente a isso, o jogo transcende, em certo sentido, a vida cotidiana“, escreve.
Com toda sua profundidade e conhecimento, Ratzinger abordou diversos aspectos, entre eles a importância do exercício para a vida das crianças, assim como a importância da disciplina, treino e domínio de si. Ele também ressalta que o esporte ensina sobretudo uma disciplina harmônica: unir os jogadores com um objetivo comum. Ou seja, o sucesso e o insucesso de cada um está no sucesso e no insucesso de tudo.
As Copas do Mundo e o pontificado de Bento XVI
Vamos agora para o ano de 2005. No Início do pontificado de Bento XVI e véspera da Copa do Mundo na Alemanha o comitê organizador do mundial de futebol visitou o Papa. Durante uma coletiva, o presidente do comitê, Franz Beckenbauer, revelou que Bento XVI garantiu que veria as partidas mais importantes.
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O ex-campeão alemão também entregou ao papa a bandeira comemorativa do evento e contou que Bento XVI quis falar de futebol e mostrou-se muito interessado pela organização da Copa. Além disso, o Pontífice elogiou a seleção alemã e desejou sucesso ao país. Beckenbauer, considerado um dos maiores jogadores da história da seleção alemã, concluiu dizendo que falar com o papa sobre futebol foi o momento mais importante de sua vida.
Porém a relação de Bento XVI com o futebol para por aí. Ao longo da trajetória ele nunca se pronunciou sobre qual seria o time de coração, por exemplo. Além disso, durante a Copa do Mundo de 2010, não houve manifestações, apenas alguns comentários feitos por fontes vaticanistas que afirmavam que o Papa não conseguiria assistir aos jogos.
O mais curioso foi em 2014, quando a grande final colocou frente a frente Alemanha e Argentina, do argentino Jorge Mário Bergoglio. O que imaginou na época era que os dois veriam a partida juntos, porém não ocorreu. Além disso, o Papa Emérito preferiu dormir durante a final da copa, a qual sagrou a Alemanha campeã do mundo. Por outro lado, o sucessor, o Papa Francisco, é um aficionado por futebol, mas isso fica para nossa última reportagem.
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Matheus Macedo
Vocacionado – Shalom São Paulo
Jornalista
-Com informações: Canção Nova, ACI
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