Como uma pessoa deve se sentir na Igreja e em nossos Centros de Evangelização Shalom? Lembrando que a Igreja é a casa de Deus, corpo místico de Cristo. Os nossos Centros de Evangelização Shalom são uma expressão eclesial e uma expressão do nosso Carisma. A Igreja é uma belíssima instituição com muitas expressões, nossos Centros de Evangelização é uma delas.
“Ah, não fui bem acolhido na Igreja! Ah, não me deram atenção quando cheguei ao Centro de Evangelização!” Você já ouviu isso? Não sei você, mas meus pais me ensinaram desde pequeno que existe um tipo de tratamento para cada tipo e classe de pessoas. Temos um jeito de tratar nossos pais, irmãos, avós, tios, vizinhos, pessoas estranhas, jovens, idosos, autoridades, etc. Tanto que quando a casa não está bem arrumada e um amigo ou parente chega, a gente nem se estressa, pois ele é de casa.
O tipo de tratamento que damos a uma pessoa revela nosso respeito. Revela também o grau de liberdade, intimidade e nível de comunhão que temos um com outro.
Obra Shalom
Nesse texto gostaria de falar não a pessoas recém-chegadas na Obra ou em nossos Centros de Evangelização, mas a participantes mais antigos. Pessoas que, embora já caminham um bom tempo conosco, nos vários setores e eventos da obra, querem sempre ser acolhidas com fogos de artifícios, como se tivessem chegando agora.
Uma das belas características da nossa vocação é que ela é comprometida com o crescimento dos seus membros, as ovelhas dos grupos de oração, os servos etc. Assim, quando alguém me faz esse tipo de queixa, eu sempre pergunto: “Como você se sente em relação a Santa Igreja? Ou mesmo em relação a Obra Shalom que também é Igreja? Você se vê como uma visita, que precisa ser recebida com pompas, ou você se sente um membro da família, inclusive com disposição de servir e acolher iniciantes e visitantes reais?”
Aqui nem de longe estou querendo dizer que devemos tratar com frieza, falta de empatia, os servos e participantes mais antigos, de jeito nenhum. Quero apenas enfatizar uma das belezas da nossa ação apostólica, o pastoreio formativo dos participantes, de modo que aos poucos os ajudemos a ouvir de Deus essas declarações:
“Irmãos, já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito” (Efésios 2, 19-22)
De lobo a pastor
Nosso intuito é contribuir para que o lobo seja evangelizado e se torne ovelha, e a ovelha cuidada, tratada e devidamente formada para que um dia se torne um pastor, um evangelizador em busca de outras ovelhas. Quando esse percurso é bem feito o próprio participante da Obra começa a ouvir de Jesus em sua oração pessoal essa declaração:
“Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros” (João 15, 15-17)
Concluo esse texto com um anseio, na minha alma de intercessor, de que o leitor que começou a lê-lo, com o coração de ovelha, tenha terminado sua leitura, ainda que na forma de desejo, com um coração de pastor. Pois vai por mim: “Há mais alegria em dar do que em receber” (Atos 20,35).
Deus abençoe sempre você, Shalom!
Por Rodrigo Santos
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