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“A paz é um dom e não pode ser comprada”

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Não muito longe do local do batismo de Jesus, o papa Francisco enfatizou o dom do Espírito Santo, antecipando os conteúdos do evangelho de amanhã.

Celebrando a missa no Estádio Internacional de Amã, na presença de muitos refugiados cristãos da Palestina, da Síria e do Iraque e de cerca de 1.400 crianças que receberam a primeira comunhão, o papa recordou as três ações que o Espírito Santo realiza nos homens: Ele “prepara, unge e envia”.

A primeira ação ocorre no momento do batismo, quando “o Espírito repousa sobre Jesus para o preparar para a missão de salvação”, marcada pelo “estilo do servo manso e humilde, pronto para compartilhar e para se doar totalmente”.

O Espírito Santo já tinha agido em Jesus “no momento da sua concepção no seio virginal de Maria de Nazaré, realizando o evento maravilhoso da Encarnação” (cf. Lc 1,35 ), e, mais tarde, em Simeão e Ana, no dia da apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22).

“À espera do Messias”, Simeão e Ana percebem que Jesus é “o Esperado por todo o povo”: na sua atitude profética, “exprime-se a alegria do encontro com o Redentor e realiza-se, em certo sentido, uma preparação do encontro entre o Messias e as pessoas”, disse o papa.

Essas intervenções do Espírito Santo fazem parte de “um único plano divino de amor”. A missão do Espírito Santo é a de “criar harmonia” e “obrar a paz” em todo contexto humano.

“A diversidade de pessoas e de pensamento não deve provocar rejeição e obstáculos, porque a variedade é sempre enriquecedora”, disse o Santo Padre, exortando à invocação do Espírito Santo “com o coração ardente”, para que Ele possa “preparar o caminho da paz e da unidade”.

Em segundo lugar, o Espírito Santo “unge”, como fez “interiormente” com Jesus e com os seus discípulos, para que eles tivessem “os mesmos sentimentos” do Mestre e adotassem “atitudes em favor da paz e da comunhão”.

Recebida a “unção do Espírito”, a nossa humanidade é marcada pela “santidade de Jesus Cristo”, o que “nos permite amar os outros com o mesmo amor com que Deus nos ama”.

“Gestos de humildade, fraternidade, perdão e reconciliação” são “premissa e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura”. O papa Francisco prosseguiu: “Peçamos a unção do Pai para sermos plenamente seus filhos, cada vez mais semelhantes a Cristo, para nos sentirmos todos irmãos e assim nos afastarmos de amarguras e divisões e nos amarmos fraternalmente”.

Em terceiro lugar, o Espírito Santo “nos envia” como “testemunhas e mensageiros da paz”. A paz é um “dom” e, como tal, “não pode ser comprada”, mas procurada “pacientemente” e construída “à mão”, através dos “grandes e pequenos gestos que envolvem a nossa vida diária”.

O caminho da paz “se consolida quando reconhecemos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do gênero humano”; “quando não nos esquecemos de que temos um único Pai Celestial e somos todos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança”, disse o papa.

“Com este espírito, abraço todos vocês: o patriarca, os irmãos bispos, os sacerdotes, as pessoas consagradas, os fiéis leigos e tantas crianças que hoje recebem a sua primeira comunhão, bem como as suas famílias”.

Francisco também ofereceu a sua “saudação e proximidade” aos “muitos refugiados cristãos da Palestina, da Síria e do Iraque e aos seus familiares”.

“O Espírito Santo desceu sobre Jesus no Jordão e começou a obra da redenção para libertar o mundo do pecado e da morte. Peçamos que Ele prepare o nosso coração para o encontro com os irmãos, indo além das diferenças de ideias, línguas, cultura, religião; que Ele conceda a todo o nosso ser a unção da misericórdia, que cura as feridas dos erros, das incompreensões, das controvérsias; que Ele nos envie com humildade e mansidão pelos caminhos desafiadores, mas fecundos, da busca da paz”, concluiu Francisco.


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