Entre os temas polêmicos, um que se tornou causa de muitas incompreensões e discussões entre os cristãos, está o da profissão de fé da Igreja na Comunhão dos Santos. Assim, a Igreja, no parágrafo 05 do artigo 09 do Catecismo, dedica uma breve, porém profunda, exposição sobre esse importante elemento de nosso “Credo”.
“A expressão «comunhão dos santos» tem, portanto, dois significados estreitamente ligados: «comunhão nas coisas santas, sancta», e «comunhão entre as pessoas santas, sancti». «Sancta sanctis!” (CIC. 948)
Quando lemos as narrativas das cartas apostólicas, há uma expressão que sem dúvida se destaca: “Os cristãos tinham tudo em comum. ” (Cf. At 2,44). Essa comunhão era material, pois não havia necessitados entre eles. Mas era principalmente uma comunhão espiritual, cujo vinculo supremo era a fé em Jesus Cristo. Assim, ao longo dos séculos, a Igreja deu continuidade na compreensão dessa bendita comunhão eclesial. Entendeu que sua comunhão “Militante” transcende os limites do tempo e do espaço: “Militante” , abarcando assim os irmãos da Igreja Triunfante e Padecente, ou seja, os santos, aqueles fieis que completaram sua passagem por esse mundo e não romperam sua união com Cristo.
Morreram e não negociaram, não romperam sua união com o Salvador, abraçada no santo batismo. “Os três estados da Igreja. «Até que o Senhor venha na sua majestade e todos os seus anjos com Ele e, vencida a morte, tudo Lhe seja submetido, dos seus discípulos uns peregrinam na terra, outros, passada esta vida, são purificados, e outros, finalmente, são glorificados e contemplam “claramente Deus trino e uno, como Ele é”» (CIC 954)
O fato de os irmãos falecidos não estarem mais neste mundo, não significa que estejam desvinculados da Igreja. Apenas estão em outro estágio de acolhimento da obra redentora de Cristo. O vínculo de comunhão é o mesmo, Cristo. (Cf. CIC 956).
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“A comunhão com os santos. «Não é só por causa do seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas, ainda mais, para que a união de toda a Igreja no Espírito aumente com o exercício da caridade fraterna. Pois, assim como a comunhão cristã entre os cristãos ainda peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim também a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do povo de Deus» (CIC 957).
Nossa Comunhão deve ser de amor, virtude que transborda em atos de oblação e intercessão. Um cooperando com o outro na comum resposta vocacional de: “Ser santos como o Pai do céu é santo.” (Cf. Mt 5,48)
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