Caminhando para o trabalho depois da Santa Missa no Centro da cidade, um amigo viu deitados, em uma sombrinha, dois jovens que tentavam se esconder do sol forte e amenizar o calor escaldante do meio dia em Fortaleza – CE. Movido pela caridade, esse meu amigo sentiu o desejo de ofertar um pacote de biscoito que carregava na mochila para um dos pobres. Assim, ele fez. Sentiu-se feliz por ter vivido uma obra de misericórdia.
Contudo, seu gesto tinha alcançado somente aquele que estava acordado. Meu amigo disse que, na verdade, nem tinha visto o outro. Porém, seu ato de generosidade teve consequências. O jovem que recebeu de graça não pensou duas vezes e correu para acordar o colega e dar de graça. Sem entender, o outro viu a bolacha e se alegrou. Esse fato me lembrou o que aconteceu há anos com um santo muito querido. Lá em Assis, São Francisco fez festa com uma azeitona, único alimento que ele e os irmãos tinham.
Pessoas capazes de compartilhar
O gesto do meu colega foi belo, mas o do jovem me marcou profundamente, pois ele foi contra a corrente. Em um mundo marcado pelo egoísmo, é possível encontrar pessoas que são capazes de compartilhar tudo o que possuem, como aquela viúva do Evangelho. Talvez, essas pessoas não tenham compreensões teóricas, intelectualizadas, sobre o benefício que existe em ofertar, doar. No entanto, o impulso da caridade expresso em pequenos atos de gentileza consegue dar conta dessa experiência de amor.
Se gentileza gera gentileza, é certo que caridade gera caridade. Podemos dizer ainda que a gentiliza faz parte do todo que é a caridade. Quem ensinou isso para o meu amigo e para mim foi o jovem que sem pestanejar resolveu compartilhar com o seu parceiro aquilo que tinha recebido. Nossos atos têm consequências. Que elas sempre sejam positivas e que elas sirvam para construir uma sociedade mais saudável.
Dica do Papa Francisco
O Santo Padre nos motiva a não só dar esmola, mas a perguntar o nome da pessoa, abraça-la, ouvi-la, participando assim da sua dor, unindo-se a ela verdadeira e completamente. Isso é misericórdia!
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