O papel da Virgem Maria, na Igreja, está intimamente ligado à obra redentora de Deus, operada em Jesus Cristo. Quando analisamos algumas, passagens das Escrituras, podemos perceber que uma das formas de honrar a Deus é acolher, com gratidão, os instrumentos escolhidos por Ele. Os apóstolos, entre eles São Paulo, pouco a pouco, começaram a definir a Igreja como Corpo Místico de Cristo. “Irmãos, alegro-me por tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja.” (Cl 1,24)
A Igreja, então, é o Corpo Místico de Cristo. Desse modo, a Mulher que encontrou graça diante de Deus é Mãe da Igreja. Rejeitar os instrumentos de Deus é o mesmo que rejeitar a Deus. Jesus confirma isso ao enviar seus apóstolos dizendo:
“Quem vos escuta, a mim escuta; e quem vos rejeita, a mim despreza; mas quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou. ”(Lc 10,13-16)
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Os apóstolos disseram um sim a Jesus Cristo, estando Ele na vida adulta e fazendo milagres. A Virgem Santa disse um sim generoso a Deus, diante do anjo, apesar das consequências que esse sim(,) traria no futuro.
“Efetivamente, a Virgem Maria […] é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor […]. Ao mesmo tempo, porém, é verdadeiramente “Mãe dos membros (de Cristo) […], porque cooperou com o seu amor para que, na Igreja, nascessem os fiéis, membros daquela Cabeça”». «Maria, […] Mãe de Cristo e Mãe da Igreja» (CIC 963).
Após a subida de Jesus Cristo ao céu, Maria tornou-se uma das principais referências da Igreja que nascia. Inclusive, muitos dos relatos, que os evangelistas narram com tanta precisão, foram frutos da escuta atenta dessa mãe fiel. De fato, tornou-se nossa mãe na ordem da graça.
“Pela sua plena adesão à vontade do Pai, à obra redentora do Filho e a todas as moções do Espírito Santo, a Virgem Maria, é para a Igreja, o modelo da fé e da caridade. Por isso, ela é «membro eminente e inteiramente singular da Igreja» e constitui mesmo «a realização exemplar”, o typus, da Igreja (CIC 967).
Deus é o nosso Pai, por virtude de sua graça, operada em Cristo. A Virgem Santa por virtude e efeitos dessa mesma graça, torna-se Mãe de Cristo e, nEle e por Ele, mãe de toda a Igreja. Tornou-se bendita entre todas as mulheres. Pelo pecado da desobediência dos nossos primeiros pais, havíamos perdido o paraíso; pela obediência de Maria nasce a Esperança, pois Ela esmaga a cabeça da serpente, trazendo-nos o Salvador da humanidade, Jesus Cristo:
“Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Deus Conosco” (Cf. Is 7,14).
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