Vivenciamos um renascimento em todos os aspectos. Em julho de 2022, durante as celebrações dos 40 anos da Comunidade, concluímos a preparação que pode ser comparada à gestação dessa nova missão. Ao longo de quase quatro anos, estabelecemos diálogos com a Diocese, discernimos nossa vocação missionária e nos preparamos para chegar a este momento tão significativo: o nascimento da missão Shalom de Hsinchu, em Taiwan.
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Desde o início, fomos acolhidos generosamente pela nossa Diocese, especialmente pelo nosso Bispo, com quem tivemos o primeiro encontro logo após sairmos da quarentena, ainda em meio às exigências da pandemia de Covid-19. Nossa primeira tarefa foi acertar os detalhes para o estabelecimento da nova missão. Ao chegarmos à casa preparada pela Igreja local, fomos surpreendidos pela presença de várias pessoas atentas às nossas necessidades, nossos primeiros pais, mães e irmãos que o Senhor nos concedeu em Taiwan.
Nosso primeiro apostolado consistiu em um estudo intensivo da língua e da cultura chinesa. Já na primeira semana, iniciamos nossos estudos, dando os primeiros passos nessa missão. Assim como uma semente de trigo que precisa morrer para não permanecer sozinha e dar frutos, dedicamo-nos intensamente a esse novo ritmo, com o desejo fervoroso de entregar tudo, amar a Deus e ao povo, mergulhando na terra, na cultura, no povo e na língua, tudo o que é necessário para comunicar o Evangelho a essa nação.
Fotos do Shalom em Taiwan
As primeiras descobertas do Shalom em Taiwan
Nesse movimento, nesse novo nascimento, encontramos as primeiras descobertas, as diferenças gigantescas, mas o nosso coração inflamado é capaz de realizar tudo e se dispor por completo. Esse novo nascimento exige virtudes concretas, como paciência, perseverança, esforço constante e dedicação intensa, sempre focados no essencial e no tempo atual. Percebemos que vivemos em uma cultura onde a pressa, a rapidez, o trabalho e o estudo são imprescindíveis, mas também podem ser exagerados, correndo o risco de cairmos no ativismo. Por isso, é importante lembrarmos da nossa meta e não esquecermos que ainda temos um longo caminho a percorrer. Os primeiros dois anos de estudos são apenas o início desse processo.
Como comunidade, chegamos a uma terra de missão com extrema necessidade e grande potencial de desenvolvimento. Nesses primeiros anos, optamos por não iniciar atividades de evangelização, pois estamos imersos lentamente, mas intensamente, nas relações que vamos construindo com as pessoas que se aproximam de nós. Aos poucos, mergulhamos na realidade da paróquia onde desenvolveremos nossas atividades. Essa paróquia já possui um povo e uma história, e é uma grande riqueza poder aprender com eles, compreender suas histórias, vidas e costumes, para então servi-los de acordo com suas necessidades, contribuindo com o Carisma que trazemos.
Durante esse primeiro ano, tivemos oportunidades de participar de diversas atividades promovidas por diferentes paróquias e congregações, o que nos permite entender melhor a realidade eclesial na qual estamos inseridos e identificar possíveis oportunidades para nosso apostolado futuro, bem como as ameaças existentes. Por isso, a escuta e a aprendizagem com nossos irmãos missionários, tanto nativos quanto estrangeiros, são de extrema importância nessa terra.
É gratificante experimentar a unidade da Igreja local, onde tudo é feito em profunda comunhão: entre o clero, as congregações, os missionários e os fiéis. Costumamos brincar que os católicos de Taiwan se conhecem, pois somos poucos, mas essa unidade e comunhão vão além disso. Cada vez mais, percebemos que somos um só povo, um só corpo, e como comunidade, somos apenas a filha mais nova, recentemente nascida no seio da Igreja local. Tudo isso é uma grande novidade para nós, e essa obra nova está sendo cada vez mais assumida e encarnada em nossas vidas. Isso exige ainda mais comprometimento e coerência com o testemunho que somos chamados a dar.
Um momento interessante que vivemos aqui foi o nosso primeiro planejamento estratégico. Com o coração inflamado de ideias para a evangelização, como a realização de missas semanais com os jovens em inglês e chinês e noites de Koinonia uma vez por mês, nos aproximando daqueles que o Senhor nos confiou. Porém, mesmo com todas essas atividades em mente, chegamos ao ponto essencial após muitas reflexões e compartilhamentos: a nossa meta atual é o estudo da língua. Essa é a nossa maior prioridade apostólica, para que, quando chegar o momento certo de iniciarmos as atividades querigmáticas, possamos produzir frutos bons e abundantes.
Assim, concluímos nosso primeiro planejamento com confiança e paz, seguindo a direção que o Senhor nos indica. Dedicaremos com qualidade à Sua obra que nos foi confiada, vivendo esse novo nascimento paciente e lentamente, sempre com clareza, dando um passo de cada vez. Lançaremo-nos na terra como sementes, para que possamos dar frutos às gerações futuras.
João Wesley Arcino Maciel
Missionário da Comunidade de Vida
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