O avanço tecnológico e a disseminação da internet trouxeram benefícios incontestáveis à sociedade: acesso à informação, comunicação instantânea, possibilidade de trabalho remoto e educação à distância, entre outros. No entanto, esses mesmos progressos também trouxeram desafios, especialmente no que diz respeito ao equilíbrio entre a vida digital e a vida real.
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Especialistas na área da saúde mental têm apontado o excesso de telas como um gatilho para o desenvolvimento de doenças como ansiedade e pânico. O National Institute of Mental Health (NIMH) dos Estados Unidos realizou uma pesquisa que indica que o tempo prolongado em frente a telas pode afetar a estrutura e a função de áreas do cérebro relacionadas à regulação emocional, à tomada de decisões e ao controle dos impulsos. Esse desequilíbrio pode contribuir para o aumento da ansiedade e da depressão.
Equilíbrio e santidade
A vida real — aquela vivida off-line, com os outros, com a natureza, na oração e na comunidade — é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano. O Papa Bento XVI, em sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações de 2009, fez uma reflexão sobre os desafios das tecnologias digitais e sua relação com a verdadeira felicidade humana.
“A busca da felicidade e da paz não pode ser substituída pela imersão nos mundos virtuais criados pela tecnologia, pois eles não podem oferecer a plenitude de uma existência humana realizada“, escreveu.
Para Bento XVI, as tecnologias podem ser um meio, mas nunca um fim. A verdadeira realização está em viver a vida real, em comunhão com Deus e com os outros, e em uma relação autêntica com a criação.
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Dicas práticas para buscar o equilíbrio
Cultive o silêncio e a oração
Como Santa Teresa de Ávila ensinou, momentos de silêncio e reflexão diária são fundamentais para manter o foco espiritual. Podemos usar a oração pessoal ou a meditação como um meio de desconectar das distrações digitais e aprofundar nossa relação com Deus. “Em um mundo que se move rapidamente, precisamos de um lugar onde possamos parar e ouvir a voz de Deus”, Papa Francisco.
Participe de atividades comunitárias
Envolver-se em atividades da comunidade, como grupos de oração, voluntariado ou eventos sociais, pode ajudar a fortalecer laços e a promover interações significativas. Essas experiências off-line são essenciais para nutrir relacionamentos e encontrar apoio espiritual.
Estabeleça limites de tempo
Uma das maneiras mais eficazes de controlar o uso de tecnologia é estabelecer limites de tempo. Defina horários específicos para usar dispositivos digitais e cumpra esses horários. Por exemplo, você pode decidir que não usará o celular durante as refeições ou antes de dormir. Isso não apenas ajuda a reduzir o tempo de tela, mas também permite que você aproveite momentos de desconexão.
Priorize atividades off-line
Busque atividades que não envolvam tecnologia, como ler um livro, praticar esportes, cozinhar ou passar tempo com amigos e familiares. Essas atividades não apenas proporcionam um descanso das telas, mas também ajudam a fortalecer relacionamentos e a desenvolver novas habilidades.
Use a tecnologia de forma consciente
Quando você estiver online, faça isso de maneira intencional. Em vez de rolar sem pensar pelas redes sociais, defina um objetivo claro para sua atividade digital. Por exemplo, você pode entrar nas redes sociais para se conectar com amigos ou buscar inspiração espiritual, mas evite se perder em conteúdos que não agregam valor à sua vida. “A tecnologia é um dom de Deus, mas deve ser usada com sabedoria”, Papa Bento XVI.