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O Futebol na vida dos papas: João Paulo II ou “Lolek o goleiro”

Série de reportagens apresenta a relação dos últimos três pontífices e o mundo da bola.

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A paixão pelo futebol ultrapassa barreiras. Certamente, caro leitor, você já ouviu, leu, viu diversas histórias de pessoas apaixonadas por um time de futebol, fazendo loucuras, possuem diversas camisetas, tatuagens, vão em todos as partidas no estádio, se casam com a camisa do time, desmarcam compromissos por conta de finais de campeonatos e tantos outros relatos. Para alguns uma verdadeira religião. 

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É evidente que o futebol desperta, em grande parte da sociedade, paixões e os mais diversos sentimentos. E claro, com os papas não seria diferente. E como estamos em plena Copa do Mundo, não poderíamos deixar de trazer algumas curiosidades a respeito dos papas com esse esporte que move milhares de pessoas em todo o mundo.

Papa João Paulo II

Vamos voltar um pouco na história recente da Igreja e também do futebol para falar de uma pessoa que teve uma relação estreita com esse esporte: Karol Wojtyla. Você já deve ter ouvido falar muitas vezes da relação de São João Paulo II com os esportes de modo geral, porém o que muitos não sabem é que o jovem Wojtyla era conhecido como jogador de futebol, ganhando até o apelido de “Lolek o goleiro”. Segundo biógrafos, Wojtyla gostava de jogar com seus amigos, mas também com seu pai. 

Karol Wojtyla é o primeiro da frente, lutando pela bola (Imagem reprodução)

A relação de Karol com o futebol não mudou depois que ingressou no seminário e posteriormente foi eleito Papa João Paulo II em 1978. No ano seguinte, o Pontífice recebeu os jogadores do Milan, campeão italiano. 

Na oportunidade, o Papa os encorajou a dar um bom exemplo dentro e fora de campo.

Em um mundo em que às vezes contemplamos a dolorosa presença de jovens cansados, marcados por tristeza e experiências negativas, seja para eles amigos sábios, especialistas guias e treinadores não apenas em campos esportivos, mas também nos caminhos que levam aos objetivos dos verdadeiros valores da vida. Desta forma, para as satisfações do esporte competitivo, você irá adicionar méritos de natureza espiritual, oferecendo à sociedade uma valiosa contribuição da saúde moral ”, declarou João Paulo II.

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Essa foi apenas uma de diversas declarações a respeito dos benefícios da prática esportiva, nos aspectos físico, mental e espiritual. 

Curiosidades

Por ocasião da Copa do Mundo de 1990, sediada na Itália, o Papa abençoou a bola que foi utilizada no jogo de abertura do torneio. Era durante esses grandes eventos que São João Paulo II buscava transmitir as virtudes que qualquer pessoa pode aprender com o esporte. Em 2000, ao receber uma comissão da FIFA, ele chegou a afirmar que o futebol “é um excelente método para promover a solidariedade num mundo atingido por tensões raciais, sociais e econômicas”.

Outro fato interessante sobre o Pontífice. João Paulo II foi o único Papa reinante que assistiu a um jogo de futebol em um estádio. Em outubro de 2000, João Paulo II foi até o Estádio Olímpico de Roma para acompanhar uma partida entre a Seleção da Itália e uma equipe formada por estrelas do futebol mundial, entre elas Cafu, Gabriel Batistuta, Pavel Nedved e Shevchenko. 

O Papa e o futebol brasileiro

Você deve estar se perguntando: o que João Paulo II tem haver com o futebol brasileiro? Muita coisa. Sim, dois anos após a eleição, o Pontífice veio visitar o país do futebol. Uma viagem histórica em todos os sentidos. Primeiro papa na história da Igreja a visitar o Brasil, e claro, não podemos esquecer que foi nessa viagem que o jovem, Moysés Azevedo, ofertou sua vida aos pés do Papa.

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Porém o assunto aqui é futebol. E foi durante a viagem que ele tirou uma foto em seu carro com uma pequena bandeira do Flamengo. Mas isso é um mero detalhe, já que sua ligação é maior com outro time carioca, o Fluminense. 

Papa João Paulo II com a bandeira do Flamengo em 1980 no Brasil (Foto |Reprodução)

Em uma das diversas cerimônias e momentos solenes da viagem, o Pontífice recebeu uma camisa do Fluminense das mãos do menino Igor de Oliveira, de apenas 10 anos. Porém o fato principal que liga João Paulo II ao time tricolor do Rio de Janeiro está diretamente ligada ao surgimento da música “A benção, João de Deus”. Canção que ficou gravada na memória de milhares de brasileiros, em especial da torcida fluminense. 

O que talvez você não saiba é que, poucos meses depois da visita de João Paulo II, o Fluminense disputou a final do campeonato carioca contra o Vasco. Com o jogo se encaminhando para as penalidades, a torcida tricolor decidiu cantar “A benção João de Deus” nas arquibancadas do Maracanã. O Fluminense acabou vencendo a disputa e se sagrou campeão. A partir daquele dia a torcida passou a cantar nas partidas, principalmente nos momentos críticos de cada jogo, buscando uma ajuda divina. 

Outra curiosidade. Um dia após a morte do pontífice ocorreu o clássico Fla-Flu (Flamengo e Fluminense) que valia a Taça Rio de 2005 e João Paulo II foi um dos personagens principais da partida. Antes e durante a partida tricolores e rubro-negros homenagearam o papa de diferentes formas. No fim, o Fluminense venceu por 4 a 1 e a torcida entoou os versos da música. Em 2010, o clube anunciou o Papa João Paulo II como novo padroeiro ao lado de Nossa Senhora da Glória. 

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Matheus Macedo
Vocacionado – Shalom São Paulo 
Jornalista

-Com informações: Flumeno, Fluminense, RS21 

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