A oferta redentora de Jesus Cristo, presente na Eucaristia, é o centro de toda a vida litúrgica da Igreja. Todos os sacramentos, roteiros espirituais, catequéticos ou apostólicos giram em torno deste santo mistério. Antes de qualquer coisa a Igreja professa que:
“Fiéis à doutrina das Sagradas Escrituras, às tradições apostólicas (…) e ao sentimento unânime dos Padres” [Conc. de Trento, 7ª sessão. Decretum de sacramentis, Proemium: DS 1600], professamos que “os sacramentos da nova lei foram todos instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo.” (CIC 1114)
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Jesus, como um exímio profeta, comunicava sua boa nova não apenas com palavras, mas também com gestos.
“As palavras e as ações de Jesus, durante a sua vida oculta e o seu ministério público já eram salvíficas. Antecipavam o poder do seu mistério pascal. Anunciavam e preparavam o que Ele ia dar à Igreja quando tudo estivesse cumprido. Os mistérios da vida de Cristo são os fundamentos do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos, porque «o que no nosso Salvador era visível, passou para os seus mistérios» (CIC 1115, 1116).
O Mestre usou muito bem as palavras no anuncio da Boa Nova. Porém, sendo maior do que todos os profetas, foi um com o Pai e o Espirito Santo, pregando principalmente com atos.
“Os sacramentos são «da Igreja», no duplo sentido de que são «por ela» e «para ela». São «pela Igreja», porque ela é o sacramento da ação de Cristo que nela opera, graças à missão do Espírito Santo. E são «para a Igreja», são estes «sacramentos que fazem a Igreja» (31), porque manifestam e comunicam aos homens, sobretudo na Eucaristia, o mistério da comunhão do Deus Amor, um em três pessoas. ”(CIC 1118)
Unida a seu Senhor, Jesus Cristo, que é sua cabeça a Igreja atua, promovendo o anuncio de sua Boa Nova. E o faz, por meio da Palavra, mas também dos Sacramentos. Essas ações Sacras promovem o anuncio do Evangelho, com certeza. Porém, a Igreja ainda crê que:
“«Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do corpo de Cristo e, por fim, a prestar culto a Deus; como sinais, têm também a função de instruir. Não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razão pela qual se chamam sacramentos da fé» (CIC 1123).
É válido salientar ainda, que não é Deus quem precisa desses gestos e sinais para salvar, mas o homem que precisa deles, como símbolo de resposta pessoal. Santo Agostinho de Hipona resumiu muito bem a compreensão dessa corresponsabilidade pessoal de cada fiel ao dizer: “O Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti.” Deus não quer marionetes, nem escravos, mas filhos que, livremente, escolham pertencer a sua família celeste.
Os Sacramentos da Igreja são anúncio, mas também antecipação. “A Igreja celebra o mistério do seu Senhor «até que Ele venha» e «Deus seja tudo em todos»(1Cor 11,26; 15,28). Desde a era Apostólica, a liturgia é atraída para o seu termo pelo gemido do Espírito na Igreja: «Marana tha!» (1Cor 16,22).” (CIC 1130)
Quando a fé e a união com Cristo são de fato abraçadas com a vida, o fiel batizado vive com seus pés firmes no chão, mas os olhos e o coração voltados para o céu. Lembrando ainda que esses gestos de fé e amor, devem ser pessoais e comunitários.
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