Considerado um mártir da Eucaristia por ter continuado a celebrar a Santa Missa durante uma perseguição, o sacerdote iraquiano Ragheed Ganni, de 35 anos, já é tido como servo de Deus e está a caminho dos altares. Em junho de 2007, na cidade de Mosul, no Iraque, o padre e três jovens diáconos perderam a vida devido a um ataque terrorista na Igreja Caldeia do Espírito Santo. Padre João Wilkes, missionário da Comunidade de Vida, chegou a conhecer Ragheed quando estudava teologia em Roma.
“Convivi com esse jovem seminarista iraquiano durante três anos, pessoa muito simples, muito afável, de muita fé também, mas que sofria por conta de não poder retornar para a sua terra e não poder ter contato com sua família”, conta o missionário. Em 22 de abril de 2017, na celebração em memória dos novos mártires na Basílica de São Bartolomeu em Roma, Papa Francisco usou a estola vermelha do Padre Ragheed. No ano seguinte, a Congregação para as Causas dos Santos aprovou o encaminhamento da causa de beatificação para ele e seus diáconos, solicitada pelo Bispo caldeu de Detroit, Monsenhor Francis Kalabat.
Viagem do Papa ao Iraque
Padre João Wilkes destaca que a viagem do Santo Padre ao Iraque vai muito além das palavras, pois é um gesto de grande amor pelo povo daquela terra, considerada também terra de Abraão, o pai das religiões monoteístas. Ainda segundo o sacerdote, a peregrinação de Francisco expressa a mensagem escrita pelo Papa na encíclica “Fratelli tutti”. Fraternidade e amizade social são os caminhos indicados pelo pontífice para construir um mundo melhor, mais justo e pacífico, com o compromisso de todos: pessoas e instituições. Reafirmado com vigor o não à guerra e à globalização da indiferença.
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