Desde muito tempo, as pessoas se perguntam o que as espera após a morte. E embora ninguém tenha conseguido penetrar no segredo, houve muitas pessoas através dos tempos que puderam ver mais – como Fulla Horak, Santa Faustina Kowalska e São Padre Pio. Estes místicos – pessoas que foram agraciadas pelas visitas de almas do Purgatório – são apenas alguns dos protagonistas do filme de Michal Kondrat intitulado “Purgatório”.
Há muito tempo não havia assistido um documentário tão impactante como ‘Purgatório’, que em uma riqueza de detalhes descreve a vida após a morte e esse lugar, esse estado onde nosso desejo de contemplar a Deus permanece no coração de quem viveu de forma imperfeita seu amor a Deus e aos irmãos nesta vida. Podemos então dizer que o amor é o critério primordial para a nossa salvação, em cada pequeno gesto realizado ou mesmo acolhido.
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A morte, segundo a ciência
Logo de cara somos apresentados àquilo que acontece a partir da nossa morte biológica, quando nosso tronco encefálico morre e nosso organismo deixa de funcionar. A morte clínica, quando não há mais sinais de vida (batimentos cardíacos, circulação sanguínea, etc), contudo a fase bioelétrica do cérebro continua preservada na fase da morte clínica, o que significa que parte de nossa existência ainda permanece viva.
Teólogos e estudiosos de diversas áreas do conhecimento comprovam que as experiências de quase morte indicam a imortalidade da alma humana, ultrapassando todo nosso entendimento humano. As pessoas que passaram por essas experiências não apenas tiveram um conhecimento natural da vida, mas também sobrenatural, o que comprova também a imortalidade do elemento espiritual do Homem. Certas teorias que não levam em consideração essa realidade estão muito longe da verdadeira força que atua sobre os seres humanos, a força de Deus.
O consolo que vem do alto
Vivi diversas experiências orando por parentes de falecidos e mesmo com falecidos que experimentaram a misericórdia de Deus e também intercedem por seus parentes. Sobretudo os santos foram de grande auxílio para consolar e direcionar essas pessoas de volta para Deus, uma vez que não entendiam ou não aceitavam a realidade da morte de seus entes queridos.
Dentro do filme também existe o testemunho de religiosos que atuam em igrejas dedicadas aos falecidos, desde pessoas das mais diferentes nações a crianças que sofreram o martírio pelo aborto, e é impressionante como até os nasciturnos que tiveram suas vidas ceifadas também intercedem por suas mães junto a Deus Pai, clamando sobretudo a misericórdia divina por elas.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” (CIC 1030). No documentário, a teologia sobre os mortos é aprofundada de modo admirável dando sempre ênfase à figura de um Pai que ama seus filhos e deseja sempre o melhor para cada um deles.
A misericórdia é maior que tudo
No dia que escrevo esse conteúdo, o Evangelho de São Mateus nos recorda: “Em verdade vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos meus pequeninos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40). O próprio São João da Cruz diz que na noite de nossas almas nós seremos julgados pelo amor. E nós apresentaremos diante de um Pai que deseja a nossa salvação. Por mais que não mereçamos e o purgatório ainda seja mal visto aos nossos olhos, Deus sempre olhará por nós porque nos ama.
No filme, o purgatório é descrito como uma varanda, um lugar de passagem. Um lugar familiar a muitos, onde as pessoas deixam as suas armas ou são desarmadas de todo egoísmo, orgulho, autossuficiência, as várias formas de ganância, relacionamentos e comportamentos inadequados, entre outras coisas. Contudo não é um lugar onde iremos permanecer para sempre, pois a salvação espera por nós.
Três são as experiências que distinguem o contato que temos com as almas do purgatório com as experiências espíritas ou com espíritos malignos:
- A alma não vem quando é invocada, pode aparecer apenas para pedir orações;
- Elas nunca revelam segredos das realidades espirituais, a não ser para corrigir nossos caminhos ou para que possamos falar em nome de Deus;
- Elas não assustam nem causam escândalos, são modestas e humildes. A experiência com essas almas será sempre positiva, nunca negativa.
Terminei a minha experiência com o filme desejando o sacramento da confissão, ser uma pessoa melhor para minha família e para meu amigos, e abraçar os sofrimentos que nosso Senhor permite a mim nessa vida. Verdadeiramente a oração, amor e caridade dirigidas ao próximo e acolher os sofrimentos infligidos por Deus são essenciais para a salvação das almas do purgatório. Rezemos sempre por eles, enquanto eles intercedem por nós. Shalom!
Onde assistir:
📽 cinemas
Por que assistir:
– Fulla Horak, a mística, é o fio condutor dessa experiência que todos nós temos de duvidar da presença de Deus, até termos uma verdadeira experiência com a Sua misericórdia.
– Diversos santos viveram essa experiência de serem visitados por almas do purgatório e serem completamente inundados de um amor puro de Deus. Algumas pessoas também receberam essa graça e deram testemunho do quanto a vida espiritual é importante.
– Os relatos de teólogos, padres e cientistas são realmente impactantes e deixam a gente com vontade de correr imediatamente para o sacramento da confissão após o filme. Ele causa em nós um sentimento de verdadeira repulsa pelos pecados.
– As experiências de São Padre Pio são sempre memoráveis, e aqui você vê porque ele era amado não apenas por Deus e pelos homens, também pelas milhares de almas que salvou.
Ficha técnica
Purgatório – documentário/drama
Duração: 90 min
Ano: 2020
Original: Polônia
Gênero: drama, drama histórico, drama religioso
Diretor e roteirista: Michał Kondrat (“Amor e Misericórdia: Faustina” e “Duas Coroas”)
Alex Carvalho – Consagrado com Prom. Definitivas e
Adm. do @ShGeeks
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