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Quando uma atleta profissional se decide por Jesus – Conheça Amábile Koester

Em outubro, você poderá conhecer a história de Amábile Koester na autobiografia intitulada “Das Redes de Vôlei para as Redes de Pesca”.

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A missionária da Comunidade de Vida Shalom, Amábile Koester, carinhosamente chamada de Mabi pelos seus irmãos, costuma chamar atenção logo ao chegar por sua altura, não tão comum para os padrões gerais. Foi essa mesma altura que chamou a atenção de um treinador de voleibol que a introduziu ao universo dos atletas de alta performance.

O que ninguém imaginava é que aquela jovem sonhadora e talentosa, um dia, deixaria as redes de vôlei por redes que iam muito além do que os olhos podem ver… redes que pescariam homens!

Conheça a história de Amábile e encante-se com a forma como Deus conduz os seus caminhos segundo a Sua vontade.

1 – Quando você percebeu que era importante contar sua história com Deus e com a vocação Shalom por meio de um livro?

Desde o meu postulantado na Comunidade de Vida, no ano de 2020, eu sentia um desejo de fazer com que a minha história, o amor de Deus que me alcançou, se tornasse conhecido, porque eu sabia que não era comum uma atleta profissional deixar tudo para ser missionária, para seguir Jesus.

Então, desde o postulantado, eu sentia esse desejo, esse apelo. E na casa de formação, no ano seguinte, no meu discipulado de primeiro ano, eu percebi que, de fato, o amor de Deus por mim era muito grande. Então surgiu o nome do livro, já naquela ocasião.

Eu lembro que guardei isso no coração por muito tempo e, no meu discipulado de segundo ano, na missão de Natal, eu percebi isso de forma ainda mais eloquente, mas ainda não era tão evidente. Porém, Deus sempre me incomodava, sempre me lembrava disso. Sempre.

Também por me fazer mergulhar na gratidão. E aí, quando cheguei à diaconia, no meu primeiro ano de consagrada, isso ficou muito forte. Após a consagração de vida, eu disse: preciso escrever.

E aí, claro, vieram as oportunidades de podcasts, que fortaleceram essa ideia, esse desejo em mim. E, com isso, percebi que essa história precisava se tornar eterna nos livros. Então, coloquei no coração que isso se tornaria um livro e estava esperando o momento certo, que foi logo depois dos primeiros votos no celibato.

Foi quando Deus, de fato, fez frutificar esse desejo que, desde 2020, estava no meu coração.

2. Como foi a experiência de revisitar sua história, pessoas e situações, desta vez escrevendo?

Revisitar minha história foi uma experiência inacreditável, uma experiência inenarrável, porque pude ser muito tocada de novo pelo “golpe da graça”. Pude ver aspectos da minha história vocacional e humana, e o chamado de Deus com ainda mais profundidade.

Também pude ver, da parte de Deus, como Sua providência se manifestou através de pessoas e situações, e como essa marca da Providência Divina é forte na minha vida e na minha história. Foi importante revisitar para poder também curar. Sempre que revisitamos nossa história, há a oportunidade de cura em aspectos que nem percebíamos que precisavam ser curados.

Então foi uma experiência de entrar numa grande jornada, de entrar num jogo muito importante e sair vitoriosa. Foi muito importante para mim, sobretudo porque ergueu um profundo louvor, uma profunda gratidão a Deus por tudo que Ele fez por mim.

3. Você costuma pregar em muitos lugares por meio de seu trabalho na Assistência Apostólica. Como os jovens costumam reagir ao ouvir sua história?

Quando prego sobre minha história, os jovens ficam primeiro sem acreditar. Eles pedem para ver vídeos e fotos, porque realmente não é algo comum – uma atleta profissional deixar essa carreira para seguir outro caminho.

E logo depois vem o encanto, o encanto vocacional. Um encanto pela vontade de Deus. Um encanto por também querer fazer a vontade de Deus e ser feliz.

Eles percebem que deixar tudo pelo Tudo é, de fato, sabedoria. Aquele tesouro que encontramos no campo, como diz o Evangelho, pelo qual o homem vende tudo para ficar somente com o tesouro. Então, o jovem tem essa experiência vocacional, essa experiência profunda de que existe um Deus que se importa, um Deus próximo.

Esses jovens também me perguntam muitas coisas, como: “Foi difícil ficar longe da sua família? Longe do esporte? Foi difícil não ter mais um salário?”. E com isso, eu prego os Conselhos Evangélicos: falo sobre pobreza, obediência e castidade, que é a inteireza do coração. Eles ficam estupefatos, é muito bonito de ver.

4- Lendo seu livro percebemos que há sinais claros da Providência e da escolha de Deus em sua vida. Você era uma jovem comum, com sonhos, projetos, e como foi essa virada de chave para uma vida inteiramente entregue a Deus? 

Ao ler essa pergunta, lembro da unção de Davi. Davi estava pastoreando as ovelhas quando Samuel chegou à casa de seu pai para ungir o escolhido do Senhor. Davi era um jovem normal, vivendo seus compromissos no campo. E, quando Samuel chegou, ouviu de Deus que os homens veem a aparência, mas Deus vê o coração.

Deus sempre viu meu coração e sabia que, a partir do ordinário da vida de uma jovem comum, Ele tiraria, primeiro para Si, uma jovem consagrada. Deus também sabia que, através da minha história, muitos jovens seriam evangelizados.

Essa virada de chave na minha vida aconteceu primeiro na Renovação Carismática, quando percebi que meu coração queria agradar a Deus. A segunda virada de chave foi no meu Seminário de Vida no Shalom, quando percebi que havia nascido para essa missão e me sentia moldada para isso. A unção de Davi fala muito sobre essa transição da vida comum para uma missão de responsabilidade com o Reino.

5. E quanto ao mundo do esporte? O que os amantes do vôlei poderão ver na sua obra?

Eu sempre digo que ainda sou uma atleta, mas agora sou atleta de Cristo e Ele é meu técnico. O que busquei deixar claro para os atletas e amantes do vôlei é que o esporte pode santificar a pessoa e aproximá-la de Deus.

O esporte forja virtudes como a caridade, o sacrifício, a solidariedade e nos insere numa cultura de encontro e respeito ao próximo. Ele nos faz viver em comunhão, respeitar nossos adversários e viver uma vida plena em Jesus.

Procurei mostrar que Deus nunca ficou distante de mim durante os meus 11 anos de voleibol, mesmo que eu, às vezes, não O visse. O que quero passar é que, nas dificuldades, nas derrotas e decepções, assim como nas vitórias e conquistas, Deus sempre está presente.

Ou seja, na alegria e na tristeza, na penúria e na abundância, o atleta tem Deus, porque Ele é próximo. Isso foi o que mais quis deixar claro, pois vivi isso intensamente e pude contemplá-lo ao escrever minha história. Aos atletas, o meu muito obrigado.

Em outubro, você poderá conhecer a história de Amábile Koester na autobiografia intitulada “Das Redes de Vôlei para as Redes de Pesca”.

 


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