Papa João Paulo II deixou muitos ensinamentos sobre a Quaresma. O Papa peregrino é um grande amigo da Comunidade Shalom, por isso vale a pena aprender com ele como melhor viver este tempo em que a Igreja nos convida à conversão.
Confira| Um novo olhar neste tempo quaresmal
A princípio, João Paulo II considerava a Quaresma como uma oportunidade única para nos rendermos à caridade cristã, fazendo o bem aos mais vulneráveis da sociedade. Em 1981, ele ratificou este pensamento:
“Sim, a Quaresma é um tempo de verdade! Examinemo-nos com sinceridade, franqueza e simplicidade! Os nossos irmãos estão ao nosso lado, na pessoa dos pobres, dos doentes, dos marginalizados e dos velhinhos. A que ponto estamos com o nosso amor? E com a nossa verdade?”
Confissão e conversão
São João Paulo II recordava de três pontos, que lembram especialmente o processo vivido na Parábola do Filho Pródigo:
O afastamento: Quando se afasta de Deus, esquece-se dos bens e talentos que Ele dá a cada pessoa. O pecado faz com que se esqueça dos bens mais preciosos que se possui.
O processo: O processo de conversão começa quando percebe-se, após o afastamento, tudo o que se perdeu. Neste processo, é preciso o amadurecimento para que haja a volta. Precisa-se ter a certeza de que Deus é bom e misericordioso e não deixar a vergonha do retorno ser maior.
O retorno: Após a decisão e o amadurecimento, acontece o retorno. E quando se volta aos braços do Pai, encontra-se a misericórdia, que acolhe independente da circunstância. Assim como na Parábola do Filho Pródigo, é preciso que saibamos retornar à Casa do Pai. A Quaresma é um chamado profundo para a nossa conversão!
“Se é verdade que o pecado fecha o homem a Deus, ao contrário, a sincera confissão dos pecados abre-lhe a consciência à ação regeneradora da Sua graça” (São João Paulo II).
Ao preparar-se para a Semana Santa que se aproxima pense em como você pode servir ao próximo, privando-se não só do que não é essencial para você, mas também ajudando com aquilo que é vital para amenizar o sofrimento do outro.
Obras de misericórdia
A Mensagem do Papa João Paulo II em 1999 para a Quaresma citava sobre a espera do banquete que o Senhor preparava para o povo e essa espera causava alegria e gratidão, mas precisaria de obras de misericórdia para gerar frutos de caridade.
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“A Quaresma, vivida com os olhos postos no Pai, torna-se assim um tempo particular de caridade que se concretiza por meio das obras de misericórdia corporais e espirituais. Penso de modo especial aos que estão excluídos do banquete do consumismo quotidiano. Há tantos «Lázaros» que batem às portas da sociedade: são todos aqueles que não participam das vantagens materiais resultantes do progresso. Existem situações perduráveis de miséria que não podem deixar de tocar a consciência do cristão e lembrar-lhe o dever que tem de enfrentá-las urgentemente, seja de modo pessoal seja comunitário.”
A Igreja indica neste tempo a oração, a penitência e a caridade. “É-nos concedido, desse modo, experimentar a superabundância do amor do Pai celeste, que em plenitude foi dado à humanidade inteira no mistério pascal” (São João Paulo II).
Coragem e decisão
A Quaresma imprime a coragem de seguir com fidelidade o Evangelho, largando o pecado e deixando tudo para trás. Transforma-se em vida nova.
“A cruz se transforma também em símbolo de esperança. De instrumento de castigo, passa a ser imagem de vida nova, de um mundo novo” (São João Paulo II)
Deste modo, olhar para todo sofrimento do Cristo feito por amor deve tornar-se símbolo de conversão, mudança de vida, sem qualquer sombra de dúvida. Ao perceber que mesmo com as falhas Ele acolherá, é sinal de que é tempo de mudar, de amadurecer e seguir o Evangelho.
“Maria, Mãe da misericórdia, sustenta os nossos passos! Foi Ela a primeira que teve conhecimento e acolheu o desígnio de amor do Pai, acreditou e é «bendita entre as mulheres» (Lc 1, 42). Obedeceu no sofrimento, tornando-se assim a primeira que participou na glória dos filhos de Deus.
Com a sua presença, Maria nos conforte; seja «sinal de esperança segura» (Lumen gentium, 68) e interceda junto de Deus, para que venha sobre nós uma renovada efusão da misericórdia divina.”
E assim como Maria disse SIM e acolheu a vontade do Pai abrindo-se a Obra Nova, é tempo de decidir pelo novo de Deus que derrama graças abundantes e motiva a ter coragem, renúncia e disposição em permanecer nos caminhos do Pai.
Tempo de conversão
Nesse sentido, a conversão é uma necessidade constante para todos, uma busca diária. Quando se entende que a conversão também é para nós, busca-se viver segundo o Evangelho, e assim, a Quaresma terá sentido pleno. Não tenha medo de assumir o chamado de Deus!
São João Paulo II diz: “Não tenhais medo! A alegria do Senhor crucificado e ressuscitado seja a vossa força, e Maria Santíssima esteja sempre ao vosso lado”.
Neste tempo quaresmal, compreenda o seu chamado à conversão e a busca pela santidade diariamente como São João Paulo II tanto ensinou. Vamos sem medo viver uma Quaresma de profunda oração e entrega a Deus!
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