Igreja

Jubileu: Anos Santos na história da Igreja

Saiba quais foram os jubileus da Igreja ao longo da história

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O Papa Paulo VI abre o Jubileu de 1975 (Arquivos Históricos de São Pedro)

A cada 25 anos, a Igreja celebra um evento de grande importância espiritual e histórica: o Jubileu. Este período, conhecido como o Ano Santo, é um tempo fecundo de graça para a reconciliação, o perdão e a renovação da vida espiritual. Com o tema “Peregrinos da Esperança”, o Jubileu de 2025 deseja ser, para todos, uma ocasião de reanimar a esperança, que não nasce do ocaso, mas vem do próprio Deus.

A origem do Jubileu

A celebração dos jubileus começou com os hebreus. No livro do Levítico (Lv 25, 8-13), encontramos a origem do conceito de Jubileu. A cada 50 anos, deveria ser convocado um Ano Santo, destinado a restituir a igualdade a todos os filhos de Israel e restaurar sua relação com Deus. Durante este período, as dívidas eram perdoadas, as terras arrendadas eram devolvidas aos seus proprietários originais, e a terra tinha seu descanso garantido, sem cultivo, para renovar suas forças.

Os jubileus na história da Igreja

Pio XII abre o Jubileu de 1950 – (arquivo histórico da Fábrica de São Pedro)

Ao longo da história da Igreja, diversos Anos Santos foram proclamados. O primeiro, em 1300, foi proclamado pelo Papa Bonifácio VIII. Inicialmente, o Jubileu aconteceria a cada 100 anos, mas em 1342, o Papa Clemente VI decidiu reduzir esse intervalo para 50 anos. Assim, o segundo Jubileu da história ocorreu em 1350. Com o passar do tempo, o Papa Paulo II, em 1470, estabeleceu a tradição de realizar o Jubileu a cada 25 anos, período que perdura até os dias de hoje.

Além disso, há também jubileus “extraordinários”, que podem ser realizados em ocasião de um acontecimento de particular importância, como o de 2015, proclamado pelo Papa Francisco como o Ano da Misericórdia.

A seguir, confira a relação dos anos jubilares ao longo da história, com algumas curiosidades sobre eles.

| Leia também: O que é o Jubileu da Igreja?

Relação dos anos jubilares

  • 1300: Bonifácio VIII
  • 1350: Clemente VI
  • 1390: Proclamado por Urbano VI, presidido por Bonifácio IX
  • 1400: Bonifácio IX
  • 1423: Martinho V
  • 1450: Nicolau V
  • 1475: Proclamado por Paulo II, presidido por Sisto IV
  • 1500: Alexandre VI
  • 1525: Clemente VII
  • 1550: Proclamado por Paulo III, presidido por Júlio III
  • 1575: Gregório XIII
  • 1600: Clemente VIII
  • 1625: Urbano VIII
  • 1650: Inocêncio X
  • 1675: Clemente X
  • 1700: Aberto por Inocêncio XII, encerrado por Clemente XI
  • 1725: Bento XIII
  • 1750: Bento XIV
  • 1775: Proclamado por Clemente XIV, presidido por Pio VI
  • 1825: Leão XII
  • 1875: Pio IX
  • 1900: Leão XIII
  • 1925: Pio XI
  • 1933: Pio XI (extraordinário)
  • 1950: Pio XII
  • 1975: Paulo VI
  • 1983: João Paulo II (extraordinário)
  • 2000: João Paulo II
  • 2015: Francisco (extraordinário)

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Pio XII abre a Porta Santa (1950)

1300: O Primeiro Jubileu

O primeiro Jubileu da história foi proclamado por Papa Bonifácio VIII, em 22 de fevereiro de 1300, com a bula Antiquorum habet. Os romanos que visitassem as basílicas de São Pedro e São Paulo trinta vezes durante um ano receberiam uma indulgência plenária, enquanto que para os peregrinos que vinham de fora de Roma, bastava realizar quinze visitas.

1750: O Jubileu dos Pregadores e a Cruz do Coliseu

O Jubileu de 1750, convocado pelo Papa Bento XIV, foi proclamado em 5 de março de 1749, com a bula Peregrinantes a Domino. Durante esse ano, São Leonardo de Porto Maurício realizou grandes missões de pregação e erigiu 572 cruzes, uma das quais no Coliseu, para recordar o martírio dos primeiros cristãos. O Papa Bento XIV também foi responsável por instituir a tradicional Via Crucis no Coliseu, que até hoje é realizada anualmente.

1950: O Jubileu do Grande Retorno e Perdão

O Jubileu de 1950 foi proclamado pelo Papa Pio XII em 26 de março de 1949, com a bula Jubilaeum Maximum. O Pontífice convocou os fiéis a se aproximarem de Deus com um coração contrito, ao mesmo tempo em que lançava uma mensagem de paz para o mundo, particularmente no contexto pós-guerra. Um dos marcos desse Jubileu foi a definição do Dogma da Assunção da Virgem Maria, proclamado pelo Papa na Praça de São Pedro, em presença de cerca de quinhentos mil fiéis.

2000: O Grande Jubileu do Terceiro Milênio

O Jubileu de 2000, em comemoração aos 2000 anos da Encarnação de Cristo, foi proclamado em 29 de março de 1998, com a bula Incarnationis Mysterium, por São João Paulo II. Ao longo do ano, o Papa fez peregrinações e gestos simbólicos, como o pedido de perdão pelos pecados cometidos na história e o martirológio dos cristãos mortos no século XX.

2015: O Jubileu da Misericórdia

Em 11 de abril de 2015, com a bula Misericordiae Vultus, o Papa Francisco convocou um Jubileu extraordinário para marcar o 50º aniversário do fim do Concílio Vaticano II. Este Jubileu foi dedicado à misericórdia, um tema central para o pontificado do Papa Francisco. Pela primeira vez na história, a “porta da misericórdia” foi aberta não apenas em Roma, mas também em catedrais, santuários, hospitais e prisões ao redor do mundo, simbolizando o acolhimento e o perdão de Deus para todos.

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