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Moysés: Celebrar um Congresso Eucarístico é renovar a fé e revisitar a experiência fundante do Carisma Shalom

Em 1980 um jovem oferta a sua vida em favor da evangelização diante do Papa no ofertório de uma celebração eucarística. E agora ele conta em um evento similar para milhares de pessoas sobre a experiência que deu início ao Carisma.

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Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Católica Shalom, deu o seu testemunho no 52º Congresso Eucarístico Internacional (NEK2020), na manhã de quarta-feira, 8 de setembro.

Dicsértessék a Jézus Krisztus” assim começa Moysés, arriscando no húngaro e saudando os presentes no NEK2020. “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao dizer isso, é novamente aplaudido e com um sorriso de esperança, mostra a alegria em estar naquele palco para partilhar sobre a Fundação da Comunidade Católica Shalom.

No testemunho, Moysés se mostrou muito feliz por estar presente e poder celebrar com a Igreja o NEK2020. Celebrar um Congresso Eucarístico é sempre uma oportunidade para renovar nossa Fé e, para mim em particular, para revisitar a experiência fundadora da Comunidade Shalom”, afirma Moysés.

E realmente, este marco da presença dele no evento, arde em querer renovar a consagração de vida à vocação Shalom, em todos os membros  que estavam neste momento sublime, de forma presencial ou virtual.

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Alegria do testemunho

Moysés partilhou seu testemunho dividindo em quatro princípios: o início na Eucaristia; uma lanchonete para evangelizar; a experiência neste tempo de pandemia; e ir ao encontro dos “Tomés deste tempo”.

“Ofereço minha vida à minha juventude para evangelizar com ousadia, criatividade e parresia. Aos pés do sucessor de Pedro, diante do altar eucarístico, nasceu a comunidade Católica Shalom”.

Nesta ação realizada em 9 de julho de 1980, aquele jovem audacioso, iniciava um novo projeto de evangelização para a cidade de Fortaleza, exatamente dois anos depois inaugurava a “Lanchonete Shalom”. 

O alimento para o corpo e para alma

Uma lanchonete para evangelizar, onde cada prato recebe um nome religioso, foi uma ideia criativa para adentrar o coração de quem tinha fome de pão, mas também das coisas de Deus. 

O lanche chegava com alegria à mesa e o jovem garçom evangelizava outro jovem, apresentando o amor de Deus com gosto de queijo, hambúrguer e pão. A oferta da nossa vida atraiu misteriosamente a força do Espírito, um fogo espiritual que, ardendo na lenha da nossa fragilidade, nos impelia ao serviço e à missão. Como diz Santo Efrém ao falar da Eucaristia: Quem come este pão come fogo!”

Com o passar do tempo, os jovens evangelizavam não somente os jovens, mas também as famílias, e assim, a Comunidade foi ganhando forma, rostos e identidade. E já se via a uma vida comunitária, com oração, trabalho e desejo de continuar nesta evangelização.

“Posso dizer que a síntese de toda esta Obra de Deus, que se revelou como Carisma e que alcançou a nossa vida e por ela atua, é a palavra pronunciada pelos lábios de Jesus Ressuscitado: Shalom. Assim, o Senhor dá-nos o dom de si e a força da sua ressurreição, soprando o seu Espírito de vida (cf. Jo 20,19ss).”

A pandemia não paralisou a obra

Moysés Azevedo também falou dos novos desafios neste tempo de pandemia. Vários membros da Comunidade adoeceram, mas notaram que outros estavam sofrendo muito mais, como os irmãos em situação de rua.

O que aconteceria com os abandonados? No entanto, eles também são membros de nossa família, pois sabemos como discípulos de Jesus Cristo que cada membro da família humana pertence a nós, somos filhos do mesmo Pai”, relata o fundador.

Ao ajudar, os membros da Comunidade Shalom perceberam que não só os mais pobres necessitam de socorro, mas há uma relação recíproca de modo que os mais pobres e gravemente feridos na sociedade se tornaram verdadeiros tesouros para os membros da comunidade cristã.

Deste modo, inspirados pelo Espírito Santo, a Comunidade deu início a novos projetos para ir de encontro dos que mais necessitavam, e permanecer evangelizando com ousadia e parresia. 

Conheça o Projeto Amigo dos Pobres

O toque que desperta a vida

Moysés cita São Tomé, um dos apóstolos que, segundo os evangelhos, só acreditou, de fato, na ressurreição, ao tocar nas chagas de Jesus. “Da incredulidade ele se tornou o confessor da fé perfeita: ‘Meu Senhor e meu Deus’”, relata. Por vezes, somos Tomés deste tempo, mas somos alimentados pelo Cristo que se apresenta como Eucaristia, alimentando e saciando as necessidades da alma.  

Ser Shalom é levar a paz de um Jesus Ressuscitado que passou pela cruz, e assim anunciar a alegria salvífica. Ao pronunciar “Shalom”, ele mostra seu “lado aberto”. Este “lado aberto” torna-se o endereço da verdadeira Paz que o coração humano procura, a única e verdadeira fonte de vida e plenitude de Felicidade.

Alimentados pela Eucaristia, tornamo-nos membros do seu corpo ressuscitado neste mundo, para que os “Tomés” do nosso tempo, aqueles que estão longe de Cristo e da Igreja, ouvindo a nossa voz, sejam alcançados pelo nosso olhar e toquem na Eucaristia”, cita Moysés. 

Ao tocar neste lado aberto do Senhor, se tem uma forte experiência com o Ressuscitado que passou pela Cruz, que motiva a levar outras pessoas nesta mesma experiência. Deste modo, torna o objetivo da Comunidade Católica Shalom, de mostrar a face jovem, viva e ativa da Igreja.

Os jovens são o agora de Deus

Moysés Azevedo lembrou que ontem (8), foi celebrado a natividade da Virgem Maria. Por isso, pediu aos jovens presentes que fossem até a imagem de Nossa Senhora ao lado da Cruz, próximo ao palco, e ali renovassem o chamado de serem testemunhas do amor de Jesus Cristo no mundo de hoje.

Jovens diante da Cruz e do ícone de Nossa Senhora (Imagem/ Reprodução)

Dóra Jankovszki, 23 anos, húngara, é atualmente postulante da Comunidade de Vida Shalom em Budapeste. Foi enviada para Teresina (PI), mas aguarda o visto para partir em missão. A jovem esteve presente no momento e pôde ouvir o testemunho do Moysés no NEK2020. E conta como foi a experiência:

“Foi muito especial, senti a mesma experiência que o Moysés teve em 1982. Me senti muito agraciada por Deus por ter vivido esse momento, escutando o fundador aqui dando o seu testemunho para nós, para a Europa, para o povo húngaro”, relata a jovem.

Dóra Jankovszki, Postulante da Comunidade de Vida

“Foi uma experiência maravilhosa quando ele pediu para irmos também à frente e oferecer a nossa vida”, conta Dóra,  que afirma que não imagina uma vida mais feliz  do que a vida missionária. “Dar a minha vida para Deus pelos jovens e pela humanidade. Ser uma resposta para o mundo, isso é para mim um presente de Deus, o fato de ter sido escolhida por Deus.”

Por fim, aos jovens que estavam próximos da cruz com as relíquias dos santos húngaros e fizessem uma oração de renovação e receberam uma bênção do Cardeal húngaro Péter Erdő.

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