Formação

Ser santo é uma missão (im)possível?

A santidade é um caminho, não se pode comprar, nem se vende, ou se oferece. A santidade é um caminho na presença de Deus, que eu devo ser.

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    A santidade faz parte da missão do cristão, para alguns se é algo praticamente impossível, pois se confiam nas próprias forças, mas se nota que é possível quando se confia na graça sobrenatural que vem de Deus. Não se nasce santo, pois a santidade é um ofício e um caminho. Além disso, não tem um final feliz, afinal é uma história que se propaga para a eternidade. Parece complicado, mas calma! Vou explicar. Somos todos chamados à santidade. Como nos diz a Palavra de Deus em Mateus 5,48: “Sede santos como vosso pai celeste é Santo”. 

    “Ah, mas isso é muito difícil. Ser santo é coisa do passado, ninguém consegue ser santo atualmente, me priva dos prazeres, desejos, almejos pessoais.” Acredite, há uma nova geração de jovens, casados, profissonais de diversas áreas que estão em processo de canonização. Temos um grande modelo: Jesus Cristo com Seu testamento, os ensinamentos, ou seja, o Evangelho, para nós, é um itinerário de santidade.

    Santos em missão

    No decorrer deste mês, vimos a missão de algumas memórias celebradas em outubro. Em um copilado, podemos tê-los como exemplos e amigos do céu. Eles acendem luzes que nos iluminam e nos ajudam a encontrar o nosso modo de caminhar. Assim como eles, que foram homens e mulheres comuns, que com a ajuda de Deus encontraram uma maneira segura para si (respeitando a identidade pessoal) de seguirem o Cristo de perto e viverem segundo o Evangelho.

    Vimos com Santa Teresinha, que a missão maior dela era em ser o amor, superando toda melancolia e imaturidade espiritual, tinha no coração, um desejo imensurável de ser missionária, com sua pequena via, superou a si própria e alcançou o céu.

    Com o baluarte da Vocação, São Francisco, notamos a decisão de oferta de vida, após uma profunda e impactante experiência com Deus, deixa todos os bens, forma homes e mulheres à luz do Evangelho com grande gratidão a criação.

    Santa Faustina, nos instiga a confiar na misericórdia, ela, assim como todos os santos, tinha Nossa Senhora como modelo, era reservada e silenciosa. Não expunha a todos a vida mística, apesar de ter sonhos, visões do céu, inferno e o purgatório, possuía uma profunda intimidade com Jesus, se calava perante as autoridades. 

    Outra baluarte Shalom, Santa Teresa de Jesus, é modelo de perseverança, é preciso ter uma determinada determinação quando se busca as coisas do céu, motiva a uma vida de maior intimidade de oração, ela assim como o Papa Bom, São João XXIII, praticava com coragem as obras de misericórdia corporais e espirituais e revolucionou a Igreja com seus estudos e ensinos.

    Ainda temos, um jovem eucaristizado, da nossa geração digital, Beato Carlo Acutis além de uma sincera amizade com Deus, os Anjos e Nossa Senhora, evangelizava com a própria vida ciberapostólica, sofrendo com alegria as dores, sem ter medo da morte. 

    Por fim, São João Paulo II, o protagonista da experiência fundante do Carisma Shalom, um exemplo de peregrino, devoto de Maria, missionário poligota, amante da juventude e das famílias, nos mostra que a santidade é esta mais perto do que imaginamos, basta querer e se decidir por isso.

    Alegria em buscar pela santidade nos dias atuais

    O Papa Francisco através da Exortação Apostólica “Gaudete Et Exultate”, fez uma  chamada para as pessoas serem santas no mundo atual. “O meu objetivo é humilde: fazer ressoar mais uma vez a chamada à santidade, procurando encarná-la no contexto atual, com  os seus riscos, desafios e oportunidades, porque o Senhor escolheu cada um de nós “para ser santo e irrepreensível na sua presença,  no amor” (GE 2).

    Como nós frágeis pecadores podemos trilhar os caminhos de santificação? O Papa lembra que “nos processos de beatificação e canonização, tomam-se em consideração os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da vida no martírio e também os casos em que se verificou um oferecimento da própria vida pelos outros, mantido até a morte” (GE 5). Aí está uma boa dica para se construir a santidade de vida pessoal. Procurar praticar as virtudes de tal forma que elas se tornam forças santificadoras.

    Confie, haverá a ressurreição

    Algumas pessoas passam pelo martírio do derramamento de sangue, mas a grande maioria vive seu martírio diário na sua vida em família e na sociedade. Por fim existem muitas pessoas que oferecem suas vidas em favor dos outros.

    Um jeito de oferecer a vida é amar sem esperar recompensa. Quem espera reconhecimento, ou recompensa pode se frustrar, pois o elogio, o reconhecimento pode não vir. A pessoa que está buscando sua santidade de vida nunca fica esperando algo dos outros, mas é sempre ela a dar o primeiro passo. 

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    “Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde se encontra” (GE 14). Conta-se que um homem estava morrendo e começou a pedir a chave do Céu. Trouxeram imagens de santos, a Bíblia e ele continuava pedindo a chave do Céu.

    Até que enfim alguém se lembrou que aquele homem tinha sido alfaiate e então trouxeram-lhe a tesoura e a agulha com a linha, ele serenou-se e morreu em paz. Ele se santificou no serviço. O trabalho feito com amor pode ajudar na santificação. “Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo” (GE 33).

    A pessoa santa nunca se considera santa, mas sabe que na sua imperfeição está um  caminho aberto para Deus e, por isso pede perdão pelas suas falhas e seus pecados.

    Podemos ser santos do nosso jeito? 

    Precisa ser uma santidade encarnada na vida e não “enfiada goela abaixo”, onde a repetição de práticas que todo mundo faz me farão santa também. Deus não costuma produzir santos em larga escala, não mesmo. Ele respeita nossa individualidade e nos faz únicos desde toda eternidade, tem conosco um relacionamento pessoal, individual, íntimo e intransferível, e isso me faz acreditar que Ele fará de nós santos do “nosso jeito”, cada um com suas características próprias, possivelmente, porque são exatamente essas características que nos definem como indivíduos que serão a matéria-prima para nossa santificação, nosso temperamento, nosso jeito e gosto, nossas manias e até os transtornos e neuroses etc.

    Deus não ignora nada disso. Ele pode, ao contrário, utilizar de cada uma dessas características para fazer-nos santos. Ser santo é dom de Deus, mas é também tarefa nossa. A adesão ao projeto de santidade precisa ser pessoal, Deus não impõe nada. E espera que em nossa liberdade O escolhamos! Por isso, ficar tentando ser quem não somos é um desserviço no processo de santificação pessoal.

    Talvez, para você seja mais difícil ter de esperar. Esperar o pai chegar, esperar a carona, o amigo, ou a namorada se arrumar para sair. Proponha-se esperar sem reclamar, e não ficar chateado. Ficar na fila do banco, do correio, da lanchonete. Ou, talvez, você seja como eu, que tem um “temperamento forte”, não tem muita paciência, irrita-se com facilidade, tem um jeito meio grosseiro de falar. Está aí a matéria-prima para a nossa santificação.

    Conte com a graça de Deus

    Acho que você já entendeu. Agora, é uma questão de adesão a esse projeto. Mas não se engane, não pense que, por serem coisas “comuns”, será fácil mudar de atitude. A mudança de atitude, de negativa para positiva, que gera conversão, é santidade. Na minha opinião, é a parte mais difícil, talvez, essas pequenas mudanças de atitude no nosso dia a dia.

    Não se esqueça de contar com a graça de Deus. Busque crescer, cada dia mais, nela, fortaleça suas fraquezas com uma espiritualidade pessoal consistente e profunda, reze, reze mesmo, “com força”, no sentido de empenho, dedicação e, principalmente, fidelidade. Busque estar em estado de graça, confesse, participe dos sacramentos e fuja das ocasiões de pecado. Tire da sua vida aquilo que o leva ao pecado.

    Nossa luta diária e constante das pequenas coisas da vida, que nos faz crescer em virtudes e nos torna homens e mulheres segundo o coração de Deus. No fim das contas, não é o que fazemos, mas com que amor fazemos cada coisa, pois “tudo é entre ‘mim e Deus’, ‘você e Deus’”, nos ensina Santa Teresa de Calcutá. 

    Sede santos, como Nosso Pai sonha que sejamos santos, da forma que Deus te criou, no contexto que você está. Busque fielmente pela vida de santidade e acredite que será derramado em ti, uma graça extraordinária.


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