O mistério pascal é o núcleo central da liturgia da Igreja. A partir dele, configura-se a relação perene e profunda que deve existir entre teologia e culto. Trata-se de uma chave teológica que serve de preludio no qual se origina o novo povo de Deus, a nova aliança, inaugurada por Jesus Cristo.
A Páscoa desse bendito Salvador é o ápice da revelação cristã, é a expressão máxima do feito salvífico de Deus (cf. SC 5), capaz de estabelecer justiça e recuperar a aliança com o ser humano, rompida pelo pecado.
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A celebração é um feito conjunto do povo da Nova Aliança, redimido em Cristo. Logo, a liturgia é celebrada por todos os fiéis reunidos, sob a lideranças dos legítimos ministros.
“A liturgia é «ação» do «Cristo total» (Christus totus). Os que agora a celebram, para além dos sinais, estão já integrados na liturgia celeste, onde a celebração é totalmente comunhão e festa. ”(CIC 1136)
Liturgia, então, é, ao mesmo tempo, profecia e cumprimento, união entre o céu e a terra.
“É toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. «As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é “o sacramento da unidade”, isto é, povo santo reunido e ordenado sob a direção dos bispos.” (CIC 1140)
Cada fiel, então, deve sentir-se protagonista nesse grande espetáculo de culto a Deus. Talvez por isso, seja inapropriada, embora válida, a celebração eucarística, feita de forma solitária e privada pelo ministro, pois sua essência é comunitária. “Assim, na celebração dos sacramentos, toda a assembleia é «liturga», cada qual segundo a sua função, mas «na unidade do Espírito» que age em todos.”(CIC 1144).
Se você canta, toca algum instrumento, é bom comunicador, lê bem, é acolhedor etc… Coloque esses dons a serviço, de modo que ali, sob a presidência do presbítero da Igreja, a Palavra seja anunciada, os Sacramentos sejam ministrados e Deus seja louvado.
O papel das simbólicas
Nós, seres humanos, somos seres sensitivos. Nossa via de relação abrange todas áreas do ser: razão, visão, audição, paladar etc..
“Os sinais e os símbolos ocupam um lugar importante na vida humana.” (CIC 1146)
E é com essa inteireza de ser, que devemos cultivar hábitos relacionais com Deus. O Catecismo, assim, apresenta o papel e o valor das simbólicas nos espaços sagrados e momentos litúrgicos da Igreja.
“Uma celebração sacramental é tecida de sinais e de símbolos. Segundo a pedagogia divina da salvação, a sua significação radica na obra da criação e na cultura humana, determina-se nos acontecimentos da Antiga Aliança e revela-se plenamente na pessoa e na obra de Cristo.” (CIC 1145)
Infelizmente, como fruto de ideias protestantes, os objetos sagrados e seus simbolismos, tais como a cruz e as imagens sacras, foram muito mal compreendidas. O Catecismo, a esse respeito, vai dizer:
“Deus fala ao homem através da criação visível. O cosmos material apresenta-se à inteligência do homem para que leia nele os traços do seu Criador (20). A luz e a noite, o vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos, tudo fala de Deus e simboliza, ao mesmo tempo, a sua grandeza e a sua proximidade.” (CIC 1147)
O catecismo continua: “Enquanto criaturas, estas realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da ação de Deus que santifica os homens e da ação dos homens que prestam a Deus o seu culto.” (CIC 1148)
Assim, é inegável a importância dessas expressões visíveis, para introduzir a nós, filhos de Deus, nas realidades invisíveis. Nossas Igrejas, capelas, e nossas casas podem e devem fazer bom uso desses recursos da graça.
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