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Qual a verdadeira alegria segundo Santo Agostinho?

Agostinho recorda que as alegrias antigas deram lugar a novas, e ele se entristece daquelas e se deleita nestas.

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A busca da felicidade é comum a todos os homens, todos a procuram. A vida é a alma e a vida da alma é Deus. Como procurar a felicidade? como algo já experimentado? ou como algo nunca experimentado ou, ainda, como algo experimentado, mas do qual não se recorda? A felicidade é plena naquele que a possui, é presente de certo modo naquele que nutre a esperança de possuí-la, mas é lastimável aquele que não a possui nem tem a esperança de possuí-la.

A felicidade é nela mesma também presente na esperança de obtê-la. Quem a espera não desejaria tanto ser feliz, se não a possuísse em alguma medida. Para Agostinho, a esperança é a felicidade em certo grau. Então se pergunta se a felicidade está na memória, pois para almejá-la, para pensar nela, é necessário concebê-la de certo modo. É tão intenso o desejo de possuí-la que, só ao ouvir o seu nome, homens de todas as nações, ouvindo-a em sua língua pátria, sentiriam  a alegria e o desejo de possuí-la. Para Agostinho, a realidade que a palavra significa está na memória.

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A felicidade é uma recordação? Recordação como a que temos dos números ou como o desejo das pessoas de possuírem a eloquência ao ouvirem os oradores? É preciso ter uma noção interior do que venha a ser. A felicidade é sinônimo de alegria, a alegria que nos faz pensar nela, mesmo quando estamos tristes, que nos faz desejar recuperá-la. Agostinho recorda que as alegrias antigas deram lugar a novas, e ele se entristece daquelas e se deleita nestas.

Dá o exemplo de como desejar a felicidade quando dois homens, chamados ao serviço militar, divergem em sua resposta: um aceita e outro, não; não estariam ambos, a seu modo, buscando a alegria, que pode ser chamada de felicidade? A felicidade, experimentada em alguma medida na vida, deve ser encontrada na memória.

Há uma verdadeira alegria que se manifesta àqueles que temem a Deus, e esta é a verdadeira felicidade: nos alegraremos n’Ele e por Ele. Quem persegue outra felicidade diversa dessa, não encontra a perfeita alegria.

Todos desejam a felicidade. Há os que querem ser felizes e há os que não querem, por não terem forças para alcançá-la, ignorando onde ela reside: na alegria em Deus! A felicidade é a contemplação da verdade, o gozo da verdade. Os que amam a felicidade, assim o fazem pela alegria que brota da verdade.

Mas, porque alguns homens se contrariam com a verdade, causando-lhes desgosto, em alguma medida? Porque julgam ser verdadeiro aquilo que amam, podendo incorrer em erro, mas, no fundo no fundo, ninguém suportaria ser enganado, todos preferem a verdade à mentira.

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De fato, o amor da verdade é tal que os que amam algo diferente dela querem que aquilo que amam seja a verdade. Como não admitem ser enganados, detestam ser convencidos do seu erro.

É muito mais preferível encontrar a felicidade, a alegria no que é verdadeiro, do que no que é falso.

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