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São José Sanchez, o jovem que bradou o Senhorio de Jesus

Conheça a história do jovem José Sanchez, mártir em defesa da fé com apenas 14 anos de idade, no México. Ele está na listas dos santos mais jovens da Igreja Católica

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Nunca foi tão fácil ganhar o céu como agora, e eu não quero perder a ocasião.

A idade, ou pouca idade, não são e nunca serão impedimento para que uma pessoa alcance alto grau de santidade. Pode-se comprovar isso no caso do jovem José Sanchez, mártir em defesa da fé com apenas 14 anos de idade, no México.

Para conhecer sua história é necessário entender um pouco o contexto histórico que vivia o México no tempo de José Sanchez. No início da década de 20, foi proibida no país a vivência livre da fé católica, os padres já não podiam celebrar, as Igrejas foram fechadas e transformadas em chiqueiros, por exemplo. O governo queria separar a Igreja de Roma e fazer dela uma instituição do Estado. 

Os cristãos, por sua vez, não aceitavam essa realidade, assim, participavam de missas clandestinas, se juntavam secretamente para rezar por aqueles que então já eram perseguidos, principalmente sacerdotes e religiosos, que desobedeciam as novas leis. Assim, tiveram início enfrentamentos verdadeiramente violentos entre aqueles cristãos que se opuseram às leis e o exército do País. O grupo de “rebeldes”, no início desorganizados, foram chamados “Cristeros” e resistiram até o fim contra a perseguição. Desse grupo, nasceram muitos mártires que deram suas vidas em defesa da fé, entre eles o jovem José Sanchez.

Quando o irmão de José se uniu aos Cristeros, ele tinha apenas 13 anos e quis segui-lo, mas seus pais não o permitiram, porque era apenas uma criança. Foi então que ele disse a sua mãe: “Mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o céu como agora, e eu não quero perder a ocasião.” Venceu a resistência de seus pais com esse argumento e depois de escrever uma carta ao chefe dos Cristeros duas vezes, finalmente foi aceito, não como soldado, como era seu desejo, mas como assistente. Ele foi, assim, cheio de alegria, para unir-se aos Cristeros para defender a Igreja e a fé.

Uma das coisas que marcaram esse jovem e fez-lhe decidir pela união aos Cristeros foi uma peregrinação ao túmulo do advogado Anacleto González Flores, beatificado posteriormente por Bento XVI, que havia sido torturado e assassinado na perseguição. Ali, diante do túmulo daquele mártir, ele pediu a Deus a graça de morrer da mesma maneira, dando sua vida por amor a Ele e defendendo sua Igreja.

Já no acampamento, ele chamava a atenção de todos por sua piedade, sua alegria, que animava aos soldados nos momentos tristes, sua bravura e coragem. Era o responsável por conduzir a oração do rosário nas noites e nesse momento sempre animava a todos a não desfalecer na defesa da fé.

Em uma batalha particularmente dura, o cavalo do general dos Cristeros morreu atingido por uma bala, José, que levava o estandarte onde aparecia o grito dos libertadores, “Viva Cristo Rei! Viva Maria de Guadalupe!”, desceu rapidamente de seu cavalo dizendo ao general: “Meu general, aqui está o meu cavalo, salve-se o senhor, ainda que me matem. Eu não farei falta, o senhor sim.”  O menino foi capturado e o lugar de sua prisão foi a sacristia da Igreja de São Tiago Apóstolo onde havia sido batizado, transformada naquele momento em cavalariça. O presbitério havia sido convertido em um galinheiro onde o exército do governo treinava os galos de briga do governador.

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Alguns dias antes de seu martírio, escreveu a sua mãe: “Minha querida mamãe: Fui feito prisioneiro em combate nesse dia. Acredito que vou morrer, mas não importa, mamãe. Se conforme com a vontade de Deus. Não se preocupe pela minha morte… faça a vontade de Deus, tenha coragem e me envie a sua bênção junto com a do meu pai…”

Seu padrinho tentou convencê-lo de negar a fé, oferecendo-lhe dinheiro e outros “benefícios” aos quais ele negou dizendo que sua fé não estava à venda. 

O levaram para o calabouço da prisão da cidade e ali o capitão da guarda, com uma faca, arrancou a pele dos seus pés enquanto ele gritava “Viva Cristo Rei! Viva Maria de Guadalupe!”, depois foi obrigado a caminhar a golpes até o lugar da sua sepultura. Ali, os soldados se lançaram sobre ele, apunhalando-o, e, quanto mais punhaladas, mais vivas dava a Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe, em meio ao tormento e em uma última tentativa de fazê-lo apostatar, o chefe da escolta perguntou o que ele mandava dizer a seus pais, ao que ele respondeu: “Que nos veremos no Céu. Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!” Enquanto saiam da sua boca essas palavras, lhe dispararam duas vezes na cabeça.

José Sanchez tinha, então, 14 anos e como ele muitos outros homens e mulheres testemunharam sua fé, dando suas vidas por amor a Deus naquela perseguição. Ele foi canonizado pelo Papa Francisco em 2016 e seus restos mortais repousam na Igreja de São Tiago Apóstolo, a mesma que lhe serviu de prisão.

Que a fé inabalável de José Sanchez e de todos os mártires mexicanos, inspirem e possam encher os corações de um santo desejo de defender a fé e amar a Jesus até às últimas consequências. 

Sãoo Jose Sanchez! Rogai por nós!

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Comentários

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  1. Parabéns por este trabalho. Deus lhe retribua por contribuir por nos mostrar que a santidade é um caminho de felicidade e paz com vida destes santos