Formação

A virtude da bondade como remédio para combater a inveja

Nós somos chamados a ser bons uns com os outros, como São Paulo nos exorta: “sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando uns aos outros como Cristo vos perdoou” (Ef 4, 32).

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A bondade é uma característica do amor, como ensina São Paulo “A caridade é bondosa” (1 Cor 13, 6). Está vinculada à retidão, generosidade, benevolência, benignidade. A principal expressão desta virtude reside no desejo pelo bem do outro.

A qualidade de ser ‘bom’ pertence primeiramente a Deus, que é O Bom, o Sumo Bem. Por isso, o salmista canta: “Hei de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade” (Sl 138, 2).

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O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que a manifestação da bondade de Deus é elemento essencial da revelação divina, e que é o próprio Deus quem deseja se mostrar assim: “Deus, «Aquele que É», revelou-Se a Israel como Aquele que é «cheio de misericórdia e fidelidade» (Ex 34, 6). Estas duas palavras exprimem, de modo sintético, as riquezas do nome divino. Em todas as suas obras, Deus mostra a sua benevolência, a sua bondade, a sua graça, o seu amor” (CIC 214).

Para contemplar esta bondade divina, basta reconhecer a nossa própria existência. Nós fomos criados pela bondade de Deus.

Afirma o Catecismo que “para criar, Deus não tem outra razão senão o seu amor e a sua bondade”, e que o faz: “Na sua bondade e pela sua força omnipotente, não para aumentar a sua felicidade nem para adquirir a sua perfeição, mas para a manifestar pelos bens que concede às suas criaturas” (CIC 293).

Deus nos criou para ser felizes, pois, só podemos ser felizes se existimos. Ali se esconde a bondade do Senhor que quer o bem dos seus filhos.

Nós somos chamados a ser bons uns com os outros, como São Paulo nos exorta: “sede bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando uns aos outros como Cristo vos perdoou” (Ef 4, 32).

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5 dicas para crescer na bondade

1- Oração: o primeiro passo para crescer na bondade é a oração. Nela temos a oportunidade para reconhecer a bondade de Deus na nossa vida, nos alegrar pelos seus feitos e louvá-lo, nos enchendo de gratidão por quem Ele é e por aquilo que Ele realiza (que é sempre bom!).

2- Reconhecer as virtudes do outro: cheios de alegria pela bondade de Deus, que nos dá tudo que é bom (cf. MT 7,11), precisamos reconhecer que Deus também dá dons e virtudes aos nossos irmãos, inclusive àqueles que nos parecem não ser merecedores. Ora, o Senhor que faz nascer o sol sobre justos e injustos (cf. Mt 5, 45), não cumularia também de dons e bens aos nossos irmãos?

Tomemos um momento para reconhecer estes dons e virtudes e nos alegrar por eles. Trata-se de um dom de Deus, de modo que é justo nos alegrar por eles.

Quando seja difícil reconhecer estes bens, lembremos que isso não é porque o nosso irmão não os possua (isso seria negar o amor de Deus que é benigno para com todos!), mas porque investimos tanto tempo exaltando as fraquezas e pecados que nos é difícil olhar para as virtudes. Se este for o caso, façamos um exame de consciência, e nos arrependamos do mal que desejamos ao outro e corramos para a confissão, pois é grande mal para a nossa alma e a do outro.

3- Participar da alegria do outro: reconhecendo a bondade de Deus na vida do irmão, não nos será difícil nos alegrar com ele pelas suas realizações, sucessos, dons e virtudes. Quando for o caso, nos aproximemos e demos os parabéns, reconheçamos as boas obras e atos virtuosos, assim como o crescimento da pessoa. É bom verbalizar o reconhecimento e alegria por estes dons divinos na vida do irmão. Inclusive ajudará ele a reconhecer aquilo que Deus está realizando na vida dele. Que este diálogo cheio de caridade e que a alegria seja genuína, assim como também que seja verdadeiro. Caso contrário, estaríamos em presença de outro pecado: hipocrisia!

4- Pedir ajuda ao outro: como parte do reconhecimento das virtudes do irmão, podemos, se assim a ocasião permitir, recorrer a este irmão e pedir-lhe ajuda, de modo que ele veja que o consideramos e que reconhecemos efetivamente os seus dons e virtudes. Por exemplo: pedir um conselho, uma opinião, assim como um serviço no qual os seus dons possam ser postos a serviço. 

5- Bendizer o outro: como grande passo para vencer a inveja e crescer na bondade para com o irmão, é louvável falar bem do irmão para com os outros. Com sinceridade e honestidade, faz bem exaltar a virtude do irmão quando assim a ocasião sugerir, seja na sua presença ou não. Lembremos das suas palavras: “Se amarem só aqueles que vos amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso!” (Mt 5,46)

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Que o Senhor nos dê a graça de sermos cada vez mais como Ele. Shalom.

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