Formação

A virtude da diligência como remédio para a preguiça

A diligência nos leva a responder com prontidão e a realizar as ações com boa disposição interior e interior, sem atrasos nem demoras, procurando agir com competência e eficácia.

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A virtude moral com a qual se combate o vício da preguiça ou acídia é a diligência. Este termo vem do latim de diligere que significa ‘amar’, o que deixa em evidência o seu estreito vínculo com a virtude teologal da caridade.

A diligência pode ser compreendida como a disposição em realizar algo com dedicação e cuidado. Convergem também nesta virtude, como fatores que a caracterizam a persistência, o esforço e a honestidade.

Leva a responder prontidão e a realizar as ações com boa disposição interior e interior, sem atrasos nem demoras, procurando agir com competência e eficácia, para assim buscar alcançar resultados com o mais alto nível de excelência possível.

Isto não deve ser confundido com pressa, nem com perfeccionismo, nem mesmo com aquela fraqueza daquele que faz tudo o que os outros lhe pedem para agradá-los, sinal de fraqueza de espírito e carência.

Antes se trata de, por amor, dar o melhor de si, de dar prioridade ao outro, de sair de si, de preferir a alegria do sacrifício acima do alienamento do comodismo.

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5 dicas para crescer na virtude da diligência

1- Oração: para crescer nesta virtude, faz-se necessário dedicar-se à oração, a fim de deixar-se inspirar ao contemplar os mais exímios exemplos de diligência: Jesus Cristo e a Virgem Maria. Perante a necessidade de redimir o homem pelos seus pecados, o Filho de Deus prontamente deixou o Seio da Santíssima Trindade e encarnou-se (cf. Jo 1,14) para realizar a obra da redenção.

A Virgem Maria, logo após o anúncio do Anjo, dirigiu-se à casa de Zacarias numa cidade de Judá para servir a sua prima Santa Isabel que se encontrava grávida (cf. Lc 1, 39).

Ora, o Evangelista enfatizou que Maria foi ‘apressadamente’ a serviço da sua parenta, como sinal da sua prontidão, que, não considerou a sua gravidez, nem mesmo que o seu filho (Jesus Cristo) era superior ao filho de Isabel (João Batista, profeta ao serviço de Jesus). Muito pelo contrário, apenas soube, pelo Anjo, que a sua prima se encontrava grávida, saiu sem hesitar e foi ao seu serviço.

2- Determinação: A determinação leva a fazer aquilo que deve ser feito. Indica manter-se fiel às decisões e princípios e agir com firmeza, sem ceder aos apelos interiores e exteriores que levam a relaxar. É chave para a perseverança que se opõe à inconstância.

A determinação parte de uma decisão forte e consistente de atingir um objetivo. No entanto, se realiza na persistência para conseguir aquilo que se deseja. Assim sendo, fica em evidência que a essência da determinação não reside na decisão (este é apenas o início), mas no cumprimento persistente da mesma.

Se trata de renovar essa decisão a cada passo dado a fim de permanecer firme nela. Para isso, é fundamental ter presentes os princípios que levaram a toma-la, assim como também suplicar a graça atual necessária para não sucumbir nos momentos de provação, nem desviar-se nem para direita nem para a esquerda (cf. Pv 4,27).

3- Pontualidade: é salutar adquirir o hábito de fixar e honrar os horários que foram estabelecidos, especialmente quando envolvem outras pessoas. Uma pessoa pontual gera confiança, expressa preocupação com o compromisso, interesse e certos valores pessoais como integridade, disciplina e organização.

Ao contrário, uma pessoa impontual não gera confiança, antes sugere despreocupação, desinteresse e falta de organização.

4- Espírito penitente: tendo percebido o pecado no nosso interior, convém fazer pequenas ofertas e renúncias que nos levem a nos configurar com Cristo, que expiou os nossos pecados.

A penitência possui uma força purgativa particular, de modo que pratica-la com frequência, colabora com a extirpação do pecado do nosso interior. Pequenas e frequentes penitências mortificam o prazer sensual que gera a preguiça, nos dispondo a sair de nós mesmos ao encontro do próximo nas suas necessidades.

5- Dar o melhor de si: Esta é a postura daquele que não apenas faz as coisas por cumprir, mas se importa com aquilo que faz, colocando tudo de si, ordenando as suas potências para esse fim, pondo ao serviço todos seus dons, indo além daquilo que lhe é pedido se for preciso.

O diligente dá o melhor de si não pela retribuição que recebe, mas pela profunda consciência de que seu trabalho é um bem para outros. É importante considerar que não podemos confundir dar o melhor de si com produtividade. Lembremos que a virtude não se trata de capacidades humanas, mas de disposição voluntária.

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Que Deus nos dê a graça de sermos a cada dia mais diligentes, mais dispostos a sair de nós mesmos para ir ao encontro do outro nas suas necessidades.

 

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